Até poderia ser uma conversa fantástica sobre a eterna busca por vida fora do nosso planeta, contudo, a pesquisa por exoplanetas habitáveis, quem sabe até luas de outros mundos, é uma área séria e utiliza recursos de última geração em sua cruzada cósmica.
Até o momento, em dezembro de 2024, há registro de 5.660 exoplanetas confirmados. Mas além dos "oficiais" há outras detecções que aguardam na fila à espera por seu momento de reconhecimento.
- Saiba também: O que torna um planeta habitável? Novo exoplaneta, semelhante à Terra, pode ter a resposta
E nesses milhares de mundos, até agora, não se encontrou outro lugar como o nosso planeta-lar, inestimável por ser o único grão de areia cósmico a comportar vida. Mas o que define se um planeta é ou não habitável, e mais, com é possível "medir" esses requisitos de habitabilidade? Confira.
Check-list de mudança planetária
Digamos que você recebeu uma promoção no trabalho e precisa encontrar um novo lar para iniciar 2025 com o pé direito. Mas além de mudar de casa, você terá que mudar de país. Devido à distância, você irá utilizar algumas ferramentas remotas para poder "visitar" sua nova casa.
Pela internet, irá verificar se a casa possui rede de água e esgoto, se há supermercados por perto, a distância até o trabalho, e claro, se há pessoas na vizinhança. A busca por exoplanetas habitáveis segue mais ou menos a mesma lógica, mas com desafios maiores relacionados às distâncias e as peculiaridades da vizinhança.
Por exemplo, um dos fatores a ser fortemente considerado é se o planeta em questão é uma formação rochosa e possui atmosfera.
Claro que podemos utilizar Vênus como um bom exemplo de planeta que possui ambos os requisitos, mas é completamente inapto para comportar vida. A "gêmea má" da Terra possui uma atmosfera densa e tóxica, além de um coração de pedra. Por tanto, são necessários mais alguns itens.
O exoplaneta também precisa estar em uma zona ótima. Em astrobiologia, ramo da astronomia que estuda a habitabilidade de planetas e busca por vida em outros mundos, destaca esse local como "Zona Habitável", caracterizada pela distância entre o planeta e a estrela do seu sistema.
Esse zoneamento planetário é fundamental para que o candidato a "admirável mundo novo" consiga comportar água líquida, ser menos atingido por tempestades geomagnéticas, menor incidência de radiação, que deve contar com limites mínimos e máximos para dar ignição e manter processos biológicos, além conferir certa estabilidade no clima.
E claro, considerando os modelos de vida que conhecemos aqui no nosso planetinha, precisa ter CHONPS. Essas letrinhas representam os principais ingredientes para vida: carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre.
Mas como podemos vasculhar e descobrir se mundos tão distantes completam nossa lista de exigências?
Medindo o (quase) imensurável
Para saber se um exoplaneta é ou não habitável, nós observamos seus comportamentos por meio de telescópios. Quando citamos esse tipo de equipamento, talvez a imagem de uma luneta venha a sua mente. Porém, eles podem ser muito mais do que equipamentos de "ver".
Os telescópios podem ser grandes espelhos e cúpulas que captam diversos tipos de radiação, indicando para o astrônomo quais elementos podem estar presentes naquele corpo.
Diferentes elementos emitem sinais de radiação em diferentes comprimentos de ondas, o que dá uma ideia sobre os componentes de cada um dos planetas investigados.
Entretanto, só pelo rastro elementar, ainda não é possível dizer com exatidão o que existe nesses mundos. A astrobiologia discute a necessidade de aprimorar os equipamentos com lentes capazes de alternar a captação de luz polarizada.
Por exemplo, atmosferas muito densas como a de Vênus impedem que toda luz do Sol penetre nuvem de gás e poeira adentro, assim, muito do que se pode por reflexão fica limitado por essa barreira. Com lentes "especiais", essa luz refletida poderia ser melhor captada, entregando maior qualidade à observação.
Todavia, além das buscas por telescópios em solo, há os equipamentos espaciais, como, por exemplo, sondas interplanetárias, o Telescópio James Webb, Hubble, e em um futuro próximo, um equipamento específico para esse tipo de busca, o Habitable Worlds Observatory (HWO), programado para a década de 2040.
Mas tudo isso ainda é muito limitado, afinal, o que é habitável para nós, não necessariamente será habitável para outras formas de vida. Se você é um adolescente ou convive com um, sabe que o quarto, sagrado recanto de rebeldia, só é habitável pelo próprio ser que lá vive.
E outra mudança de paradigma é a busca por potenciais "Terras", não prontas como a nossa, mas mundos capazes de atingir a potencialidade de vida. Assim, procuramos por ingredientes mais basais como os CHONPS em zonas habitáveis.
Habitabilidade planetária ainda é um assunto bastante complexo e cheio de limitações, o que é um prato cheio para novas descobertas e excursões em busca de novas formas de vida, talvez muito mais rudimentares ou muito mais complexas, capazes de suportar condições extremas, como já ocorreu na Terra.
Até esse momento, olharemos para o céu e continuaremos a busca. Mas se você quer saber se temos candidatos promissores, confira se existe uma Terra 2.0. Que você tenha um 2025 cheio de descobertas incríveis!
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