Em 2024, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA), a Agência Espacial Europeia (ESA), a Agência Espacial Canadense (CSA), entre outras, anunciaram grandes descobertas científicas relacionadas aos mistérios do nosso universo.
Cientistas, institutos e universidades de todo o mundo conduziram diversos estudos e observações, resultando em descobertas espaciais que podem fornecer mais respostas sobre os enigmas do cosmos.
Além de buracos negros, estrelas, exoplanetas, milhares de novos objetos cósmicos foram identificados em regiões distantes do universo.
Por isso, reunimos informações oficiais da NASA, ESA e outras agências espaciais sobre algumas das grandes descobertas científicas no espaço em 2024. Confira!
Buraco negro estelar de massa recorde na Via Láctea
Uma das descobertas mais impressionantes do ano foi a detecção do buraco negro estelar mais massivo já encontrado em na Via Láctea. Apelidado de Gaia BH3, a estrutura supermassiva possui aproximadamente 33 vezes a massa do Sol e fica localizada a cerca de 2.000 anos-luz de distância da Terra.
A partir dos dados do satélite Gaia, do Very Large Telescope (VLT), no Observatório Europeu do Sul (ESO) e de outros observatórios terrestres, a equipe conseguiu analisar a composição química da estrela companheira do buraco negro. Assim, eles detectaram evidências diretas sobre como estrelas pobres em metais podem gerar buracos negros tão massivos.
É importante destacar que esse buraco negro não é o mais massivo da nossa galáxia, pois Sagittarius A* detém esse recorde. No entanto, Gaia BH3 é o mais massivo já formado a partir de uma estrela na Via Láctea.
"Ninguém esperava encontrar um buraco negro de alta massa espreitando por perto, sem ser detectado até agora. Este é o tipo de descoberta que você faz uma vez na sua vida de pesquisa", disse o astrônomo Pasquale Panuzzo em um comunicado oficial da NASA.
Planeta recém-nascido
Com base em informações do satélite Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), uma equipe de cientistas realizou uma descoberta rara: a observação de um planeta recém-nascido.
Nomeado IRAS 04125+2902 b, o planeta possui apenas três milhões de anos. Esse número pode até parecer alto, mas é insignificante em termos de tempo cósmico. Por exemplo, a Terra foi formada há aproximadamente 4,6 bilhões de anos — ou seja, três milhões de anos é praticamente nada.
Em comunicado, os cientistas explicam que esses planetas jovens ficam geralmente ocultos por discos de gás e poeira, mas uma peculiar deformação no disco externo permitiu que o satélite TESS realizasse a observação.
“O planeta enorme, provavelmente ainda brilhando devido ao calor de sua formação, fica na Nuvem Molecular de Touro, um berçário estelar ativo com centenas de estrelas recém-nascidas a cerca de 430 anos-luz de distância”, é descrito no comunicado da descoberta.
Sol atinge o máximo solar e intensifica o clima espacial
Não foram apenas mundos distantes e buracos negros que chamaram a atenção em 2024. Nosso próprio Sol entrou em seu ‘máximo solar’, o período de atividade magnética mais intenso do ciclo solar que acontece a cada 11 anos.
Durante o máximo, o número de manchas solares e tempestades geomagnéticas aumentam e podem afetar satélites, sistemas de navegação e as redes elétricas da Terra — tanto que alguns especialistas sugeriram que esse fenômeno poderia causar um apagão na internet.
Apesar dos possíveis problemas envolvidos, esse pico de atividade solar traz uma oportunidade única para os cientistas estudarem os processos do Sol com mais detalhes.
“Durante o máximo solar, o número de manchas solares e, portanto, a quantidade de atividade solar, aumenta. Esse aumento na atividade fornece uma oportunidade emocionante para aprender sobre nossa estrela mais próxima — mas também causa efeitos reais na Terra e em todo o nosso sistema solar”, disse o diretor do Programa de Clima Espacial na sede da NASA, Jamie Favors.
Super-Terra próxima de nós
A apenas 137 anos-luz de distância da Terra, os cientistas descobriram um planeta do tipo super-Terra ao redor de uma estrela que pode oferecer a temperatura ideal para permitir a presença de água líquida na superfície.
Batizado de TOI-715 b, o planeta faz parte de um sistema estelar que pode abrigar outro planeta semelhante ao nosso, orbitando uma estrela anã vermelha.
“A super-Terra recentemente descoberta, TOI-715 b, pode estar aparecendo na hora certa. Sua estrela-mãe é uma anã vermelha, menor e mais fria que o nosso Sol; sabe-se que várias dessas estrelas hospedam mundos pequenos e rochosos”, a NASA descreve.
Exoplaneta com aparência de olho
Com base em dados coletados no final de 2023 pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), um grupo de pesquisadores anunciou a descoberta de um novo exoplaneta que pode conter água ou gelo: LHS 1140 b. Além dessas características, um fato curioso é sua aparência semelhante a um olho.
Os cientistas ficaram impressionados com os dados coletados, pois é a primeira vez que se observa indícios de uma atmosfera em um exoplaneta desse tipo localizado na zona habitável.
“De todos os exoplanetas temperados atualmente conhecidos, LHS 1140 b pode muito bem ser nossa melhor aposta para um dia confirmar indiretamente a água líquida na superfície de um mundo alienígena além do nosso sistema solar. Este seria um marco importante na busca por exoplanetas potencialmente habitáveis”, disse o autor principal de um estudo sobre a descoberta, Charles Cadieux, em comunicado oficial.
Gostou da retrospectiva das maiores descobertas espaciais do ano? Então, aproveite para conhecer também um planeta coberto por lava semelhante à Terra. Até a próxima!
Fontes
Categorias