Sessenta anos depois, a Corrida à Lua voltou, mas, desta vez, trazendo a China como principal concorrente dos EUA. Embora os americanos tenham um passado a seu favor, com histórico de 12 astronautas que pisaram em nosso satélite natural entre 1969 d 1972, a China tem realizado alguns feitos notáveis, como a coleta de rochas lunares, em dezembro de 2020, pela sonda Chang’e 5.
Cenário impensável há alguns anos, uma “vitória” da China, vem se desenhado de forma realista. Isso porque o programa Artemis da NASA tem enfrentado atrasos significativos, principalmente devido a problemas com os trajes espaciais e o veículo de pouso lunar.
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O programa envolve três missões: Artemis I (não tripulada, já realizada em 2022); Artemis II (prevista para o final de 2025, com quatro astronautas em órbita lunar); e, finalmente, Artemis III, que levará à superfície lunar um homem e, pela primeira vez, uma mulher, sendo um deles a primeira pessoa negra na Lua. Isso está previsto para ocorrer não antes de setembro de 2026.
Na corrida para a Lua, a China está na frente
A agência espacial chinesa CNSA apresentou os trajes espaciais lunares em setembro de 2024.Fonte: Getty Images
Após lançar o seu primeiro astronauta ao espaço em 2003, a China progrediu muito em seu programa espacial, desenvolvendo estações espaciais (os laboratórios Tiangong), e realizou missões lunares robóticas bem-sucedidas por meio do programa Chang’e, nome da deusa chinesa da Lua. A China anunciou que pousará astronautas na Lua até 2030.
No quesito traje espacial, os chineses saíram na frente, exibindo o equipamento em setembro, enquanto a contratada da NASA, Axiom Space, ainda trabalha em modificações no design. Há também atrasos no cronograma do módulo de pouso lunar americano baseado na Starship da SpaceX, uma espaçonave de 50 metros de comprimento, que será lançada pelo poderoso foguete Super Heavy.
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Os dois países têm interesse especial no polo sul lunar, para explorar gelo de água nas crateras lunares. O recurso poderia ser utilizado futuramente como suporte à vida em futuras missões e produção de combustível para foguetes, tornando a exploração lunar mais sustentável.
Futuros passos da corrida para a Lua
A eleição do presidente Donald Trump poderá influenciar a corrida espacial à Lua.Fonte: Getty Images
Em um artigo publicado recentemente na plataforma The Conversation, o professor Jacco van Loon, da Universidade Keele em Staffordshire, na Inglaterra, defende que a importância desta nova corrida espacial vai além de quem chegará primeiro, focando no sucesso da missão, e não na sua velocidade.
Para van Loon, "Os governos devem dar o exemplo de comportamento responsável", elegendo a paz, a inclusão e a sustentabilidade como seus princípios orientadores.
Ocorrida durante a redação deste artigo, a volta do presidente Donald Trump, um ferrenho defensor da política espacial, à Casa Branca poderia, teoricamente, reverter alguns dos atrasos enfrentados pelo programa Artemis, aumentando a competição com a China.
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