A Rússia e a China estão em negociações para a construção de um reator nuclear na superfície da Lua entre 2033 e 2035. Conforme o chefe da agência espacial russa Roscosmos, Yuri Borisov, a instalação poderia ser um primeiro passo para a construção de assentamentos humanos em solo lunar, disse ele à Reuters.
Borisov, que foi vice-ministro da Defesa da Rússia de 2008 a 2018, afirmou que as agências espaciais dos dois países têm trabalhado conjuntamente em um programa lunar, no qual Moscou poderia contribuir com sua experiência em “energia espacial nuclear”.
Para o executivo russo, a energia nuclear poderia ser uma alternativa eficaz para os painéis solares que, segundo ele, seriam incapazes de fornecer eletricidade suficiente para suprir os futuros assentamentos na Lua. Mas, por enquanto, tudo "deveria ser feito em modo automático, sem a presença de humanos", afirmou ele sobre o futuro reator.
A parceria entre as agências espaciais da Rússia e da China
A missão chinesa Chang'e 6 está prevista para maio deste ano.Fonte: Dongfang Hour
A parceria entre a Roscosmos e a CNSA começou em março de 2021, quando as duas agências assinaram um memorando de entendimento para cooperação na chamada Estação Internacional de Investigação Lunar (ILRS). O acordo prevê o envio de várias missões lunares, sendo três pela China: Chang'e 6, Chang'e 7 e Chang'e 8.
Conforme a Forbes, a ideia da cooperação é desenvolver módulos lunares, um robô saltador e novos minirrovers inteligentes capazes de pesquisar a superfície lunar de forma autônoma.
Segundo a publicação britânica, a Rússia também planeja a construção de uma nave espacial de carga movida a energia nuclear.
Os planos da Rússia e da China para explorar a Lua
A China planeja colocar seu primeiro astronauta na Lua antes de 2030Fonte: Getty Images
Embora as autoridades russas tenham divulgado planos ambiciosos de explorar nosso satélite artificial, seu programa espacial sofreu sério revés no dia 19 de agosto de 2023, quando a sonda Luna-25, a primeira missão lunar russa em quase 50 anos, colidiu com a superfície da Lua. A China, por sua vez, pretende colocar o primeiro astronauta chinês em nosso satélite antes de 2030.
A união das duas potências mundiais para desenvolvimento de um programa espacial em conjunto poderia unir a experiência da Roscosmos à capacidade tecnológica da Administração Espacial Nacional da China (CNSA). As duas agências planejam não só o envio de uma missão conjunta, mas também a instalação de uma base lunar.
A parceria provocou um alerta dos Estados Unidos, no qual o país afirma que Moscou estaria planejando colocar armas nucleares no espaço. O presidente russo Vladimir Putin rejeitou as alegações norte-americanas, dizendo que tudo não passa de uma manobra para forçar a Rússia a uma negociação de armas nos termos ocidentais.
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