A receita básica para a formação de um planeta parece simples. Os ingredientes incluem poeira, pedregulhos, gases, gravidade e milhões de anos de espera no forno universal. Mas as quantidades de cada ingrediente, a forma de incorporá-los e como batê-los para adicionar ou retirar excedentes, ainda é um mistério.
De grão em grão, a aglutinação de elementos produziu planetesimais, que se unindo formam protoplanetas, e por fim, planetas como os conhecemos. Entretanto, talvez, o segredo da receita sejam as colisões de alta energia.
Se no seu bolo preferido os ingredientes precisam ser misturados delicadamente, para formar planetas, colisões violentas podem ser o grande segredo para uma mistura planetária. Saiba mais sobre planetas e as colisões que os moldam.
A formação de planetas está intimamente ligada a formação de estrelas.Fonte: Getty Images
Uma pitada de poeira e uma colisão estrondosa
Ao que se sabe, a formação dos planetas está intimamente ligada ao nascimento das estrelas. Nos berços estrelares, conhecidos como nebulosas, há uma sorte de elementos, sejam gasosos ou sólidos.
Enquanto as estrelas se fundem em alta temperaturas, suas ejeções de energia espalham elementos de poeira ao longo de seus discos. Em partes de calor mais ameno, aos poucos, pedregulhos, poeira, gases e a ação da gravidade vão aglomerando as partículas em pequenos núcleos.
Enquanto giram em torno do centro de criação do sistema, as partículas passam a colidir e se fundir em núcleos maiores.Fonte: Getty Images
Todavia, essa união não ocorre gentilmente, e sim, por meio de grandes colisões. Ao se atraírem pela força gravitacional, impactos de alta energia fundem os elementos formando núcleos maiores.
Rochas, metais, gelo e outros tantos elementos circulam pelo disco primordial e vão aos poucos formando os mais diversos corpos celestes. Sim, é dessa mistura que também nascem os asteroides, meteoroides, luas e tantos outros astros celestiais.
Como moldar um planeta?
Os planetas são moldados de forma bruta. O estudo publicado na Annual Review of Earth and Planetary Sciences reflete sobre como as colisões de alta energia foram capazes de moldar os planetas e modificar suas órbitas.
As colisões podem desempenhar diversos papéis na geração desses orbes, seja concedendo massa, fundindo material, retirando partes e até fazendo com que seus eixos axiais, ou a direção da rotação, mudem.
Como exemplos desse último fenômeno temos Urano e Vênus. Acredita-se que esses planetas tenham sofrido uma grande colisão durante seu processo de formação, fazendo com que Urano "tombasse" e Vênus girasse ao contrário dos seus irmãos de sistema solar.
Urano praticamente rola em torno do Sol. Até suas luas orbitam perpendicularmente à órbita principal.Fonte: GettyImages
De acordo com alguns estudos, nossa Lua também teve origem em uma colisão. Desse "acidente" de alta energia, uma parte se descolou formando nosso satélite. E engana-se quem pensa que essas pancadas e encontrões pararam de acontecer. Ainda que com objetos menores, os impactos continuam e continuarão acontecendo.
Por isso, a vigilância ao espaço é constante, sempre em busca de asteroides e meteoroides que possam nos atingir significativamente. Mas apesar de encontros fortuitos com objetos ejetados do cinturão de asteroides e errantes, não há ameaça de novos impactos com nosso planeta.
Saber como os planetas se formam e o papel das grandes colisões para modelagem dos sistemas planetários nos auxiliam a investigar os primórdios da nossa vizinhança galáctica, e arriscar teorias sobre como exoplanetas podem se desenvolver em outros lugares do espaço.
Apesar do preparo de planetas ainda residir em um mistério 'semi-desvendado', algumas pistas já são suficientes para podermos dar continuidade nos estudos sobre a receita primordial do universo.
Quer saber mais sobre a vida, a verdade e o universo? Então aproveite para descobrir, qual é a origem dos planetas binários rebeldes. Para mais conteúdo sobre ciência, continue acompanhando o TecMundo!
Categorias