Encontrar planetas em zonas habitáveis não é a tarefa mais simples do mundo, afinal, não é todo dia que telescópios espaciais, como o James Webb, Hubble e Euclid, encontram planetas que poderiam ser habitados por seres vivos. Felizmente, a ciência já encontrou milhares de planetas. Alguns foram mais difíceis de serem encontrados que outros, mas existem algumas técnicas para encontrar corpos celestes em zonas habitáveis.
Os cientistas já descobriram mais de mil planetas fora do Sistema Solar e existem alguns desses que apresentam algumas semelhanças com a Terra, com uma boa órbita, atmosfera e a possibilidade de água líquida. Ou seja, alguns desses planetas estão supostamente localizados em uma zona habitável, pelo menos para o formato de vida que conhecemos na Terra.
“Ao procurar exoplanetas possivelmente habitáveis, é útil começar com mundos semelhantes ao nosso. Mas o que significa 'semelhante'? Muitos planetas rochosos foram detectados na faixa de tamanho da Terra: um ponto a favor da possível vida. Com base no que observamos no nosso próprio sistema solar, mundos grandes e gasosos como Júpiter parecem muito menos propensos a oferecer condições habitáveis”, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA) publicou em um artigo.
Para explicar um pouco melhor sobre como encontrar sistemas planetários em zonas habitáveis, o TecMundo reuniu informações de cientistas e especialistas da área. Confira!
Sistemas planetários em zonas habitáveis
De acordo com informações da NASA, a definição de zona habitável pode ser descrita como a distância entre um planeta e sua 'estrela mãe', que possibilitaria condições propícias para a vida como conhecemos — como a Terra e o Sol. A região não pode ser nem muito quente e nem muito fria, e o corpo celeste deve oferecer água líquida. É importante destacar que isso não quer dizer que haverá vida no local, mas que ele possibilita os elementos cruciais para criar um ambiente que pode ser potencialmente habitável.
Conforme descreve um estudo publicado por cientistas chineses, existem quatro métodos mais comuns para detectar exoplanetas, são eles: por trânsito, por velocidade radial, por astrometria e/ou por imagem direta. Contudo, um desses métodos pode fornecer melhores resultados para encontrar planetas que estão em zonas habitáveis.
Segundo os resultados, o método de velocidade radial é o mais eficaz para procurar por exoplanetas em zonas habitáveis. Em uma simulação com aproximadamente 252 planetas em um raio de 65 anos-luz, os cientistas conseguiram detectar 221 corpos celestes utilizando a sensibilidade do instrumento Echelle SPectrograph for Rocky Exoplanets and Stable Spectroscopic Observations (Espresso) — quatro deles são semelhantes à Terra.
A principal característica da zona habitável para um sistema planetário é a distância entre o planeta e sua estrela.Fonte: Getty Images
“Os planetas terrestres na zona habitável em torno de estrelas próximas são de grande interesse e fornecem uma boa amostra para características adicionais da sua habitabilidade… Um HZ [zona habitável] é raramente determinada com precisão porque depende não apenas do espectro estelar e da atividade estelar, mas também da atmosfera planetária”, os autores do estudo explicam.
Os pesquisadores afirmam que o método de trânsito é o mais comum entre os cientistas, contudo, ele só funciona quando a geometria está correta. Em outras palavras, o planeta em trânsito tem que passar entre sua estrela-mãe e a Terra para a detecção funcionar corretamente. Os outros métodos não apresentam a mesma limitação.
No entanto, os cientistas explicam que cada um dos métodos oferece pontos fortes e fracos para determinar a localização de exoplanetas em zonas habitáveis. Por isso, não existe um método mais correto.
A distância entre o Sol e a Terra
Um dos pontos essenciais para uma zona habitável é uma estrela-mãe, como o Sol. A estrela oferece quantidades necessárias de energia e calor, mas isso só acontece por que a Terra está na distância perfeita — imagine se estivéssemos muito próximos do Sol, provavelmente, não existiria nenhum tipo de atmosfera ou vida por conta das temperaturas excessivas.
Por exemplo, Marte está muito mais distante da energia solar do que a Terra, por isso, é uma região muito fria no nosso sistema planetário. Como um efeito do resfriamento, isso também quer dizer que a maioria da água está no formato sólido de gelo. Ou seja, essas características não se enquadram nas necessidades de uma zona habitável, por isso, a distância é tão importante para um exoplaneta possibilitar a vida.
A Terra está em uma posição perfeita na Via Láctea, perto e distante o bastante do Sol para suportar a vida.Fonte: GettyImages
O fato principal é que a água é necessária para a existência da vida; não apenas a água é tão importante, mas a temperatura também deve ser ideal para um cenário como o da Terra. Além disso, a zona habitável depende de duas outras características importantes: a massa da estrela e sua idade.
“Estrelas ligeiramente mais frias e menos luminosas que o nosso Sol — chamadas anãs laranja — são consideradas por alguns cientistas como potencialmente melhores para a vida avançada. Elas podem queimar continuamente por dezenas de bilhões de anos. Isto abre um vasto horizonte temporal para a evolução biológica realizar uma infinidade de experiências para produzir formas de vida robustas”, a NASA descreve.
Provavelmente, existem milhares de planetas que estão de acordo com as características necessárias em zonas habitáveis. Apesar de os cientistas ainda não terem encontrado muitas 'opções perfeitas', os próximos telescópios e instrumentos espaciais devem auxiliar nas futuras pesquisas. Ou seja, continuamos na busca de planetas em zonas habitáveis que possibilitem a vida.
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