Caso a humanidade não tenha passado por algum tipo de autodestruição, seja pela mudança climática ou por guerras mundiais, os cientistas apontam que o Sol ficará quente o bastante para 'cozinhar' e destruir a vida na Terra em alguns bilhões de anos. Segundo um estudo publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, uma estrela poderia nos salvar desse evento de extinção específico.
Em uma parceria entre a Universidade de Bordeaux, França, e do Instituto de Ciência Planetária em Tucson, nos Estados Unidos, um grupo de pesquisadores sugeriu que uma estrela pode salvar o planeta contra os eventos solares mais intensos que devem acontecer daqui a bilhões de anos. Ao todo, foram realizadas 12 mil simulações para compreender o que aconteceria se uma estrela passasse pela Terra a aproximadamente 15 bilhões de quilômetros de distância.
Uma estrela até pode salvar a Terra em caso de uma extinção causada pelo Sol, mas as chances são pequenas.Fonte: Getty Images
Os pesquisadores explicam que em 0,28% dessas simulações, a estrela puxou a Terra para uma região que não seria tão afetada pelo Sol. Por exemplo, em um dos testes, a órbita da Terra foi 'puxada' para além de Plutão, uma região mais fria que poderia nos auxiliar no caso do calor; em outro exemplo, nosso planeta foi enviado para um local a 2 bilhões de anos-luz de distância.
“Achei que mais aconteceria. Realmente não é assim tão fácil mexer com as órbitas dos planetas — uma estrela tem de se meter realmente nos negócios de outra estrela para mexer com os seus planetas. Se possuírem atmosferas de hidrogênio modestamente espessas, os planetas flutuantes podem reter calor suficiente para manter água líquida na superfície”, disse o autor do estudo da Universidade de Bordeaux, Sean Raymond, em mensagem ao site New Scientist.
Estrela contra a extinção
Em 92% de todas as simulações, o Sistema Solar continuaria intacto com a passagem dessa estrela e não foram todos os 0,28% que ajudaram a salvar o planeta. Em alguns casos, após a Terra ser retirada da região atingida pelo Sol, ela acabou sendo destruída por colisões com a Lua ou outros objetos cósmicos.
O estudo sugere que existe apenas 1% da possibilidade de uma estrela realmente passar pela Terra nos próximos bilhões de anos; além disso, seria apenas uma em 350 chances de a Terra ser reposicionada para um local estável. Ou seja, isso pode até acontecer, mas dependerá de muitos fatores — e também de um pouco de sorte.
“[Para que as duas coisas aconteçam juntas] há uma chance em 35 mil de que as perspectivas de longo prazo para a vida na Terra sejam resgatadas por uma estrela passageira. Essas são aproximadamente as mesmas probabilidades de tirar aleatoriamente o ás de espadas de dois baralhos separados e, ao mesmo tempo, lançar um 10 combinado com dois dados. Não são as melhores probabilidades”, completa Raymond.
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