Marte é hoje o principal objeto de estudo das agências espaciais de todo o mundo. Com muitos mistérios para serem solucionados e recursos a serem obtidos, o investimento para chegar ao Planeta Vermelho cresce todos os anos. Porém, novembro será um mês complicado. A NASA, agência espacial americana, está se preparando para um hiato nas comunicações com o nosso vizinho.
Mas o que está acontecendo para que os sistemas de comunicação enfrentem problemas? Na verdade, não é nada de novo. O evento acontece a cada dois anos, e está programado para durar até o dia 25 de novembro. Trata-se de uma conjunção solar.
A Conjunção Solar
A conjunção solar é um fenômeno natural, que costuma durar curtos períodos de tempo. Ele ocorre quando o Sol passa a obstruir dois objetos no espaço, no caso os dois planetas. Apesar de já ter ocorrido bilhões de vezes em toda a história do universo, a humanidade passou a destinar maior atenção para esse fenômeno recentemente, desde a chegada em Marte.
Quando a presença do Sol obstrui dois objetos no espaço, temos uma conjunção solar. Fonte: Getty Images
Entretanto o fenômeno está diretamente ligado aos problemas de comunicação que serão enfrentados nas próximas semanas. Isso porque a presença do Sol entre os dois planetas interfere diretamente nas transmissões de rádio, tornando quase impossível de se enviar informações por este meio.
Além disso, sondas e naves que dependem de abastecimento, ou da própria luz solar para obter energia, também enfrentarão maiores dificuldades nesse período. Para entender melhor o impacto da conjunção solar nas relações entre a Terra e Marte, precisamos compreender alguns conceitos básicos, entre eles o movimento de translação de cada planeta.
Movimento de translação
Como você provavelmente já sabe, o ano terrestre dura cerca de 365 dias. Isso acontece devido ao movimento da Terra ao redor do Sol, puxada pela gravidade solar. Estima-se que nosso planeta se mova a uma velocidade de 107 mil quilômetros por hora, finalizando a sua órbita naquilo que conhecemos como um ano terrestre.
Marte, porém, possui outra órbita e outra velocidade de locomoção. Além de mais longa do que a da Terra, a órbita de Marte também é percorrida de forma mais lenta, a cerca de 86 mil quilômetros por hora, o que resulta em um tempo médio de 687 dias terrestres para completar seu movimento de translação.
Isso tem tudo a ver com os problemas de comunicação que serão enfrentados pelas agências espaciais nas próximas semanas. Como os dois planetas se movem em velocidades distintas, existem momentos onde eles estão mais próximos, no mesmo lado do Sol.
Nos momentos de distância mais curta, é muito mais fácil enviar sondas e naves de reconhecimento. É justamente nesse período em que as agências espaciais concentram seus investimentos em lançamentos e missões para o planeta vermelho. Mas a cada dois anos, Terra e Marte se encontram no ponto de maior distância entre eles, sendo obstruídos pelo sol. Esse evento é conhecido como conjunção solar.
Portanto, apesar de ser um problema, esse fenômeno já é amplamente conhecido pelos programas espaciais de todo o mundo, que já estão se planejando há bastante tempo para enfrentá-lo.
A NASA, por exemplo, enviou uma série de instruções para o período, e novas ordens devem ser dadas apenas após o fim da conjunção solar. O armazenamento de dados deve ser feito localmente, e serão enviados para a Terra somente depois do dia 25 de novembro para que não haja risco de perda.
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