A imortalidade é um assunto em pauta desde os primórdios da ciência. São várias as tentativas humanas para eternizar – ou pelo menos prolongar – a nossa vida na Terra. Entre as opções estão o surgimento de novas drogas que prometem maior longevidade, tecnologias de bioimpressão para a substituição de órgãos que não funcionam mais e por aí vai.
Outra saída famosa e que sempre aparece em discussões sobre o assunto é a criogenia humana – processo em que um corpo é congelado para ser 'revivido' no futuro. Mas será que é mesmo possível "dar uma de Capitão América" para voltar a viver normalmente daqui a 100 ou 200 anos, por exemplo?
O que é criogenia?
Primeiro, é importante entender o que é a técnica em si. Criogenia é um método que utiliza uma temperatura baixíssima, geralmente abaixo de -196 °C, para congelar um corpo após a morte.
A criogenia é uma das opções mais famosas para aqueles que pretendem viver para sempre (Imagem: GettyImages)
Para isso, é preciso remover o sangue da pessoa falecida e substituir por conservantes e anticongelantes médicos para prevenir a formação de cristais de gelo no corpo e evitar que as células e os tecidos danifiquem com o tempo. Resumidamente, o processo é dividido em três etapas:
- Na primeira, o corpo deve ser esfriado em um 'banho de gelo' e levado até a clínica de criogenia o mais rápido possível. No transporte, a equipe deve fazer compressões torácicas que simulem o batimento cardíaco para que o sangue continue circulando;
- No laboratório, o sangue do corpo é substituído por conservantes e anticongelantes para a proteção das células;
- E, por fim, o corpo é colocado em um grande recipiente de nitrogênio líquido, com uma temperatura de aproximadamente -196ºC.
A ideia dessa técnica é que, no futuro, quando a tecnologia médica for avançada o suficiente, os corpos criopreservados possam ser descongelados e trazidos de volta à vida.
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Além de um meio para alcançar vida eterna, a técnica de criopreservação já é usada em outros campos da medicina e biologia, como para a conservação das partes do corpo humano, incluindo esperma, óvulos, células sanguíneas e embriões.
Afinal, os 'congelados' voltarão à vida?
De forma mais resumida possível, não sabemos. Ainda que tudo pareça fácil na teoria, na prática a história é outra. O processo de reanimação de um corpo é complexo e a tecnologia médica pode não ser capaz de reparar os danos causados pelo congelamento de anos ou décadas.
Descongelar um corpo em segurança e retirar todas as toxinas que substituíram o sangue são só alguns dos desafios que os médicos e especialistas do futuro deverão encarar.
Vale lembrar que, atualmente, as empresas que oferecem serviços de criogenia, disponibilizam duas opções de criopreservação: do corpo inteiro ou apenas da cabeça. Se o primeiro caso é complicado, o segundo é ainda mais complexo, já que as empresas devem achar um novo corpo saudável para colocar a cabeça.
Os preços de criopreservação variam de empresa para empresa, mas podem chegar a US$ 200 mil (aproximadamente R$ 992 mil), segundo o Instituto de Criogenia de Michigan
Estudiosos mais céticos afirmam que não há evidências suficientes que provem a eficácia da criopreservação e reforçam que, até 2023, nenhum ser humano foi revivido pelo método. Por outro lado, entusiastas da criogenia apostam na mera possibilidade de ressuscitação no futuro.
O Instituto de Criogenia, sediado nos Estados Unidos, afirma que nenhum cientista conseguiu refutar totalmente a teoria de vida pós-congelamento.
“Nossa premissa não é que os reavivamentos da criopreservação bem-sucedidos sejam hoje um fato indiscutível, mas sim que as evidências e a tecnologia atuais sugerem fortemente que o reavivamento será possível no futuro.”
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