As condições da Terra estão interconectadas com diversas outras forças da natureza, por exemplo, com os níveis de radiação emitidos pelo Sol. Mas a Lua também é uma parte importante do funcionamento da Terra, não é à toa que a atração gravitação do satélite natural gera um fenômeno conhecido como força das marés, resultando na movimentação do planeta e, consequentemente, em diferentes regiões dos oceanos.
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Por muito tempo, os seres humanos não tinham ideia de que a Lua estava se afastando lentamente da Terra, até por isso construíram boa parte do conceito de mês no movimento lunar. Afinal, ao visualizar o céu a olho nu, é impossível perceber qualquer mudança significativa.
De acordo com informações coletadas por cientistas, as órbitas da Lua e da Terra estão se afastando lentamente há muito tempo. A partir de dados detectados pelo Lunar Laser Ranging Experiment (LLR), é possível ter uma ideia precisa de que o satélite natural está se deslocando cerca de 3,8 centímetros por ano.
Para explicar um pouco mais sobre o distanciamento constante entre a Lua e a Terra, o TecMundo reuniu informações de especialistas e cientistas da área. Confira!
Lua se afastando da Terra
Uma das teorias mais reconhecidas é que a Lua surgiu depois de uma colisão entre o corpo celeste Theia e a Terra, há aproximadamente 4,5 milhões de anos. Após o impacto, uma grande quantidade de material do nosso planeta foi lançado no espaço e, então, passou por um processo gravitacional que juntou todo esse material e formou o brilhante satélite natural.
Além de ‘formar a Lua’, a gravidade é a maior responsável pelo afastamento anual de 3,8 centímetros. Por conta da força gravitacional lunar, a Terra sofre com protuberâncias que criam um desequilíbrio e retardam sua rotação; dessa forma, nosso planeta está perdendo energia e seu momento angular, assim, resultando no lento afastamento da Lua.
A distância da Lua também pode afetar a dinâmica da duração dos dias, por exemplo, os cientistas já estimaram que a Terra passava por dias de 19 horas há cerca de dois bilhões de anos.Fonte: Getty Images
Em outras palavras, quanto mais rápida é a rotação, maior é o momento angular, responsável pelo fenômeno de interação gravitacional entre a Terra e a Lua. Quanto mais devagar, menor é o momento angular. Para conservar esse momento angular, o satélite precisa se afastar do nosso planeta.
“Não é apenas a taxa de rotação que afeta o momento angular. A distância que você está do centro do sistema também é importante. Além disso, significa que o momento angular do sistema aumenta. Mais perto significa que seu momento angular diminui. Á medida que a rotação da Terra diminui, para que o momento angular seja conservado, algo tem de aumentar o momento angular do sistema. O que aumenta o momento angular? Um objeto em órbita como a Lua se distanciando”, disse a astrofísica da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, Madelyn Broome, em mensagem ao site Live Science.
De qualquer forma, é importante destacar que provavelmente a humanidade não sofrerá com nenhum problema relacionado ao afastamento da Lua; o satélite nunca estará completamente livre da nossa órbita. O fim de tudo mais provável é que nosso Sol se transforme em uma gigante vermelha e 'engula' a Lua e a Terra juntas.
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