Desde os bancos escolares, aprendemos que a Terra e os demais planetas do Sistema Solar percorrem órbitas elípticas ao redor do Sol. Só que a coisa não funciona como os professores nos mostraram naqueles esquemas bidimensionais em que o Sol ficava parado no centro e os planetas giravam em volta.
Na realidade, nem os planetas e nem o Sol ficam estáticos no espaço. A nossa estrela viaja pela Via Láctea a uma velocidade de 792 mil quilômetros por hora, e os planetas, inclusive nós, o acompanhamos, formando uma espécie de cauda imaginária, com a aparência de um gigantesco cometa errante.
- Saiba também: Como será o futuro da Via Láctea?
Mas a coisa não para por aí: embora, para os nossos professores, todas essas órbitas tinham que ser elípticas, astrônomos verificaram que alguns planetas não se movem para a frente, mas parecem retroceder em suas órbitas. E, embora para quem olha para o céu, os planetas parecem girar em torno do Sol no sentido horário, se olharmos de dentro para fora do Sistema Solar, veremos que a maioria gira em sentido anti-horário, mas não todos.
Rotações progressivas e retrógadas
Tudo isso começou quando o nosso Sistema Solar se formou dentro de uma nebulosa. Essa vasta nuvem de gás e poeira, que deu origem ao Sol e aos planetas, girava em sentido anti-horário e, por esse motivo, praticamente todos os objetos existentes no sistema "herdaram" esse movimento, e giram naquele sentido original.
No entanto, dois mundos distintos — e distantes entre si — desafiam essa lógica: Vênus e Urano. Sobre esse comportamento, se diz que ambos têm uma rotação "retrógrada", ou seja, eles giram em torno do seu eixo em um sentido oposto ao da maioria dos demais planetas. Além de ter uma rotação muito lenta que leva cerca de 243 dias terrestres para completar um giro, no planeta Vênus o Sol nasce no oeste e se põe no leste.
Já em Urano, a rotação, além de retrógrada, é também muito inclinada (quase 98 graus em relação ao seu plano orbital). Como o planeta parece estar "deitado" de lado, a aparência é de que ele não gira, mas rola em relação ao seu eixo.
Por que os dois planetas giram "ao contrário"?
Além de girar em sentido retrógrado, Urano "rola" em relação ao seu eixo.Fonte: Lawrence Sromovsky/University Wisconsin-Madison/Keck Observatory
Em relação a Urano, os cientistas pensam que as duas diferenças, o giro e a inclinação, estão relacionadas, pois o planeta foi atingido por uma série de impactos no início de sua vida do sistema solar.
Quanto a Vênus, a primeira teoria é de que aquele mundo tenha sido atingido por um grande asteroide, que o derrubou, invertendo o seu eixo. Outra teoria diz respeito ao atrito entre os conteúdos do núcleo e do manto, cuja fricção pode ter alterado o sentido da rotação do planeta ao longo do tempo.
Gostou do conteúdo? Então, fique por dentro de mais mais curiosidades astronômicas como essa aqui no TecMundo e aproveite para descobrir como a ciência explica o fenômeno de Mercúrio retrógrado.
Fontes
Categorias