A teoria do Big Bang é uma teoria científica amplamente aceita quando se diz respeito da origem e desenvolvimento do universo. De acordo com essa teoria, o universo começou como uma singularidade infinitamente pequena, densa e quente, há aproximadamente 13,8 bilhões de anos. Em uma fração de segundo, essa singularidade se expandiu rapidamente, levando à formação da matéria, da energia e das dimensões do espaço e do tempo.
Algumas pessoas ainda tem diversas dúvidas sobre o assunto, por isso, o TecMundo reuniu cinco fatos fascinantes sobre a teoria do Big Bang. Confira:
1 - Um padre católico pensou nisso pela primeira vez
Albert Einstein e Georges Lemaître em janeiro de 1900.Fonte: Getty Images
Em 1915, Albert Einstein revolucionou o mundo da física ao publicar sua teoria da relatividade geral. Originalmente, essa teoria afirmava que o universo se expandia ou contraía naturalmente. No entanto, tanto Einstein quanto a maioria dos astrônomos e físicos da época acreditavam que o universo era estático. Portanto, Einstein introduziu termos adicionais em suas equações para equilibrar tudo.
Anos depois, Edwin Hubble fez uma descoberta importante ao observar que as galáxias estão se afastando de nós. Enquanto os astrônomos continuavam a debater as implicações dessa observação, o físico belga e padre católico Georges Lemaître foi o primeiro a aceitar os resultados de Einstein e Hubble pelo que realmente eram, argumentando que vivemos em um universo em expansão que já foi muito menor, quente e denso do que é hoje. Lemaître chamou esse ponto de origem de "átomo primordial".
As ideias revolucionárias de Einstein e Lemaître transformaram para sempre nossa compreensão do cosmos. Agora sabemos que vivemos em um universo em constante expansão, que começou a partir de um estado incrivelmente denso. Esta descoberta cósmica nos levou a repensar nossas ideias sobre a origem e evolução do universo e abriu as portas para novas pesquisas e descobertas surpreendentes.
2 - A teoria foi confirmada acidentalmente
Arno Penzias e Robert Wilson, engenheiros de rádio.Fonte: Getty Images
A ideia de Georges Lemaître enfrentou considerável ceticismo entre os físicos, pois parecia ter uma semelhança com a história do Gênesis. Apesar das dúvidas, outras tentativas de explicar as observações de Edwin Hubble falharam sob o escrutínio da observação. A teoria do "Big Bang", embora intrigante, foi considerada implausível por muitos.
Em uma reviravolta acidental em 1964, dois brilhantes engenheiros de rádio da Bell Labs, Arno Penzias e Robert Wilson, tropeçaram em uma descoberta surpreendente. Ao testar um novo receptor de micro-ondas, eles encontraram um assobio de fundo incessante que persistiu apesar de seus melhores esforços para eliminá-lo, incluindo esfregar excrementos de pombos do equipamento.
Desesperados por uma explicação, eles coincidentemente se conectaram com uma equipe de físicos teóricos em busca de financiamento para um projeto semelhante.
Os físicos teóricos revelaram que se originou da radiação cósmica de fundo em micro-ondas – um remanescente da transição do universo de um plasma quente e denso para um gás neutro ligeiramente mais frio. Essa notável descoberta tornou-se a pedra angular de nossa compreensão da teoria do Big Bang.
3 - Não é uma teoria da criação
Não sabemos de onde o universo "começou", apenas o que veio depois.Fonte: Getty Images
A teoria do Big Bang não é uma teoria da criação, mas sim uma teoria da história do universo. É possível dizer, com certeza, que todo nosso universo observável já foi um amontoado em um volume não maior que um pêssego com uma temperatura de mais de 1 trilhão de graus.
No entanto, nas profundezas desta teoria encontra-se um vazio enigmático - questões que permanecem sem resposta, mistérios que persistem. A própria origem do universo, e se tal investigação é significativa, escapa à nossa compreensão atual.
Em essência, a gênese do universo, o "ponto de partida", permanece envolta em incerteza. Ficamos com um conhecimento que se estende apenas ao que aconteceu depois.
4 - Radiação cósmica de fundo
Mapa da radiação cósmica de fundo obtida pela missão Planck da ESA.Fonte: GettyImages
A radiação cósmica de fundo (CMB) é uma descoberta fundamental, solidificando a teoria do Big Bang como a explicação incomparável para todos os dados observados. Além de suas implicações inovadoras, o CMB serve como um portal cativante para o nosso passado distante.
Nos estágios iniciais do nosso universo, quando existia em uma mera fração de seu tamanho atual, as temperaturas subiram acima de 10.000 Kelvin (mais de 17.000 graus Fahrenheit), envolvendo o cosmos em um estado de plasma.
À medida que o universo se expandia e esfriava, o plasma fazia a transição para um gás neutro, marcando a formação dos primeiros átomos. Este evento transformador desencadeou uma imensa liberação de radiação que perdura até hoje como a radiação cósmica de fundo.
5 - A grande explosão do espaço
O Big Bang não foi uma explosão no espaço, e sim uma explosão do espaço.Fonte: GettyImages
Da mesma forma, o Big Bang, um dos fenômenos mais extraordinários da história cósmica, desafia nossa compreensão. Não foi uma explosão no espaço como comumente se imagina, mas uma explosão do próprio espaço. O Big Bang ocorreu simultaneamente para tudo dentro do universo. Não ocorreu em um local específico no espaço, mas sim em um determinado momento no tempo.
Embora possa ser difícil de entender intuitivamente, é exatamente por isso que contamos com a matemática – para nos ajudar a navegar e compreender conceitos que ultrapassam os limites do nosso pensamento comum.
Fontes
Categorias