Após três anos, Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou o fim da emergência global da pandemia de covid-19. Mas existem outras pandemias ativas?
Surtos, epidemias, endemias e pandemias, são situações de saúde pública que tiram o sono das autoridades sanitárias. Com o passar o tempo, alguns fatores tem influenciado para o aumento da frequência de casos e contribuído para rápida disseminação de patógenos ao redor do mundo.
Saiba como diferenciar os termos, se ainda há pandemias ativas e o que esperar no futuro.
Em 5 de maio, a OMS declarou final do estado de emergência relacionado à Covid-19.Fonte: Getty Images
São sinônimos?
Com a pandemia da Covid algumas palavras passaram a ganhar destaque. Surto, epidemia, endemia e pandemia, aparecem constantemente estampadas em manchetes.
Mas essas palavras são sinônimas? A resposta é não. Cada um desses termos designa um acontecimento específico. Veja as diferenças:
- Surto: surtos são caracterizados por um aumento de casos em uma região específica. Por exemplo, o rápido aumento de casos de virose em uma escola, pode ser considerado um surto. Também vale para uma cidade específica, sendo sempre algo localizado.
- Epidemias: as epidemias por sua vez, englobam regiões maiores, com cidades e estados afetados pelo rápido aumento do número de casos, podendo chegar a atingir todo território do país. Mas, nas epidemias não há espalhamento ao nível global.
- Pandemias: aqui está o que vivemos nos últimos 3 anos. As pandemias são a disseminação de doenças infectocontagiosas globalmente. A mesma doença circula mundo afora, causando um aumento muito significativo de casos, com potencial risco de morte.
- Endemias: As endemias são doenças comuns em uma determinada região, ou país, e as pessoas convivem com os casos. No Brasil, entre as principais doenças endêmicas estão: dengue, febre amarela e doença de chagas.
As pandemias são eventos globais de grande preocupação sanitária.Fonte: Getty Images
Quais pandemias estão ativas no momento?
Em uma pesquisa rápida pelos boletins da OMS, não existem atualmente pandemias ativas, considerando-se o final pandemia da Covid-19.
No entanto, existem diversas epidemias em curso, como a da varíola de macacos, alguns tipo de câncer e de infecções sexualmente transmissíveis, além de casos de doenças parasitárias.
Todos esses casos permanecem sob vigilância dos sistemas de saúde, para que a qualquer mudança de cenário e agravamento dos quadros, o status seja alterado.
A OMS sempre acompanha todos os casos para que alertas e medidas possam ser tomadas como forma de prevenção contra novas pandemias.Fonte: GettyImages
Rastilho de Pólvora
Alguns fatores têm contribuído para a rápida disseminação de novos vírus e potenciais pandemias. Movimentos como a globalização, desmatamento, mudanças climáticas, entre outros, têm alavancado novos eventos.
Se em 1918 a gripe espanhola levou anos para aportar em novos países, atualmente, em uma semana o mundo pode estar contaminado. Viagens mais rápidas, mais acessíveis, importação e exportação de produtos, podem levar consigo, riscos de transmissão de doenças e seus vetores.
Isso pode ser notado, por exemplo, pelo aumento de casos de dengue na Europa. Se antes o mosquito Aedes Aegypti, vetor da doença, não procriava e sobrevivia no frio, as mudanças climáticas e o aumento da temperatura global, tem propiciado eventos, antes inexistentes, ou muito raros.
Ovos de mosquito, parasitas e outros animais podem estar sendo exportados e importados de maneira não intencional.Fonte: GettyImages
Mundo Pandêmico
Infelizmente outras pandemias virão, no entanto, estamos aprendendo a prever e prevenir agravos. O acompanhamento de casos, novos vírus e patógenos, é essencial para a preparação contra novas doenças com potencial risco de morte para a população.
Tecnologias têm sido desenvolvidas para aprimorar o rastreio e preparar respostas rápidas para frear novos casos.
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O tempo resposta é essencial para salvar vidas.Fonte: GettyImages
O desenvolvimento de vacinas, aprimoramento de técnicas e tempo resposta agilizado e hábil são o padrão ouro para salvar vidas. Mas engana-se quem pensa que apenas novos vírus, geralmente provenientes de saltos zoonóticos, conseguem causar novas ondas pandêmicas.
Vírus já muito conhecidos como os da poliomielite e sarampo podem voltar a causar estrago, graças à baixa adesão vacinal. A prevenção deve ser realizada por todos dentro da comunidade mundial, seja através de vacinas ou da ampla vigilância dos órgãos de saúde pública e coletiva.
A vigilância e prevenção são as melhores formas de enfrentamento.Fonte: Getty Images
Com a pandemia da Covid-19 aprendemos o quão importante é o acompanhamento e rápida resposta para se preservar vidas.
Mesmo diante de todos os esforços, levamos 3 anos para sair de uma pandemia, que em alguns países, obteve uma resposta mais lenta, seja na vacinação ou nas formas de prevenção.
Esperamos que o tempo não apague o que a história da Covid-19 nos ensinou sobre como lidar, ou não, com uma pandemia.
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