O donanemab, uma droga experimental da Eli Lilly, demonstrou reduzir o declínio cognitivo associado à doença de Alzheimer em 35%, em um estudo com 1.736 pessoas. Ele tem como alvo a proteína amiloide, assim como o concorrente lecanemab. Os resultados do estudo fornecem evidências de que o amiloide é um impulsionador importante da doença de Alzheimer.
No entanto, até que os resultados completos sejam publicados, permanecem dúvidas sobre a utilidade clínica da droga e se o benefício modesto supera o risco de efeitos colaterais prejudiciais.
Mesmo promissor o estudo ainda será revisado e os resultados completos devem ser apresentados em julho. Fonte: Getty Images
Marsel Mesulam, neurologista da Northwestern University em Chicago, é cauteloso em relação aos resultados do estudo, apesar de considerá-los significativos e impressionantes. Ele diz que o efeito modesto sugere que outros fatores, além do amiloide, contribuem para a progressão da doença de Alzheimer.
A Eli Lilly anunciou que os resultados completos do estudo serão apresentados em julho e publicados em uma revista e revisada por pares, além de planejar solicitar a aprovação da FDA nos próximos dois meses.
O donanemab tem alto risco de efeitos colaterais, incluindo convulsões e sangramento no cérebro, e os resultados divulgados pela Eli Lilly mostram apenas uma desaceleração do declínio cognitivo em relação ao grupo placebo.
Embora possa ser lucrativo para as empresas farmacêuticas, o custo dos remédios para o tratamento do Alzheimer, pode sobrecarregar o sistema de saúde dos EUA e em outros países. No entanto, os resultados iniciais fornecem "mais suporte para que esta terapia tenha algum papel com os pacientes certos no momento certo da doença", diz o psiquiatra geriátrico Brent Forester.
Fontes