Sinais do espaço que vêm desafiando os cientistas desde 2007, quando foram descobertos pela primeira vez, as chamadas Rajadas Rápidas de Rádio (FRBs no acrônimo em inglês) são pulsos de ondas de rádio de alta energia e curta duração originadas provavelmente em galáxias distantes, mas ainda sem uma causa definida.
Agora, astrônomos e astrofísicos do Canadá, Estados Unidos, Austrália, Taiwan e Índia, participantes da Colaboração CHIME/FRB, apresentaram a descoberta de 25 novas fontes repetidoras. Detectados entre 30 de setembro de 2019 e 1º de maio de 2021, os eventos foram encontrados através de um novo algoritmo de agrupamento, e dobraram o número da população já conhecida de emissoras.
De acordo com o dr. Ziggy Pleunis, bolsista de pós-doutorado do Dunlap Institute for Astronomy and Astrophysics e autor correspondente da publicação, esse algoritmo de clusterização faz "várias verificações para garantir que as rajadas em um cluster estejam realmente chegando da mesma fonte".
Quais as descobertas feitas com o novo algoritmo?
Além das 25 novas fontes de FRB detectadas com a ajuda do novo algoritmo, a equipe do Experimento de Mapeamento da Intensidade do Hidrogênio no Canadá (iniciais em inglês de CHIME) observou alguns detalhes muito importantes que poderão fornecer informações sobre as causas e características desses fenômenos até agora inexplicados.
"Quando contamos cuidadosamente todas as nossas rajadas rápidas de rádio e as fontes que se repetem, descobrimos que apenas cerca de 2,6% de todas as FRBs que descobrimos se repetem", afirma Pleunis ao Universe Today. Em grande parte das novas fontes detectadas, foram poucos os pulsos, o que as torna "bastante inativas".
De qualquer forma, explica o pesquisador da Universidade de Toronto, mesmo as repetidoras com apenas um pulso detectado não podem ser descartadas, pois novas rajadas podem ocorrer futuramente. O objetivo do estudo é também "explicar por que algumas fontes são hiperativas enquanto outras são silenciosas".
Qual a importância do novo estudo?
Mapa do céu mostrando em vermelho as 25 novas fontes repetidoras de FRB.Fonte: CHIME/FRB Collaboration/The Astrophysical Journal
Em um release, Pleunis resume: “Agora podemos calcular com precisão a probabilidade de que duas ou mais rajadas vindas de locais semelhantes não sejam apenas uma coincidência”.
Publicado dia 26 de abril na revista The Astrophysical Journal, o novo estudo recomenda o acompanhamento via rádio e multiondas de todas as fontes recém-apresentadas, principalmente das 14 novas candidatas a repetidoras.
Quanto àquelas já publicadas anteriormente, foi atualizada a página on-line do CHIMES/FRB que mostra, em tempo real, as repetidoras que tiveram pelo menos um pulso nos últimos dez dias.
Fontes
Categorias