Uma nova câmera de imagem ultravioleta usada para monitorar a emissão de dióxido de enxofre (SO2) em vulcões foi apresentada por um grupo internacional de cientistas como uma alternativa barata e com baixo gasto de energia para fazer monitoramento contínuo e de longo prazo de vulcões. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Frontiers in Earth Science na segunda-feira (3).
O dióxido de enxofre é um gás que pode ser detectado e medido com o uso de câmeras de imagem ultravioleta. Essas câmeras são capazes de detectar a luz UV emitida pelo SO2 na faixa de comprimento de onda entre 300 e 320 nm dentro do espectro eletromagnético.
Como a manifestação da atividade vulcânica ocorrida sob a superfície não é visível para observadores externos, monitorar possíveis ameaças e prever futuras erupções torna-se uma atividade vital, facilitada pelo uso das câmeras ultravioleta. No entanto, o alto custo desse equipamento atualmente faz com que a maioria das medições ocorra em discretas campanhas de campo, que fornecem apenas vislumbres da atividade vulcânica.
Como funciona a nova câmera SO2?
Layout da câmera permanente SO2Fonte: Wilkes et al.
De acordo com o principal autor do estudo, Thomas Wilkes, da Universidade de Sheffield na Inglaterra, o novo instrumento utiliza um sensor parecido com o das câmeras de smartphone. “Ele é modificado para torná-lo sensível à luz ultravioleta, permitindo a detecção de SO2”, explicou.
Em comparação com as câmeras ultravioleta convencionais, cujo custo pode chegar a US$ 20 mil (R$ 101 mil), o preço do equipamento agora proposto fica abaixo dos US$ 5 mil, além de apresentar um consumo médio de energia equivalente a 3,75 Watts, cerca de metade do que é necessário para alimentar os sistemas atuais.
A equipe também desenvolveu, segundo Wilkes, “um software fácil de usar e disponível gratuitamente para controlar o instrumento e processar os dados adquiridos de maneira robusta".
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