Uma meta-análise realizada no ano passado sob a supervisão de pesquisadores da Universidade de Maryland, em College Park nos Estados Unidos, incluiu todos os dados disponíveis de 48 estudos genéticos diferentes. O tema comum avaliado foi a ocorrência de acidentes vasculares cerebrais (AVCs) isquêmicos em adultos jovens com menos de 60 anos.
Justificando a realização da pesquisa, o principal investigador, Steven J. Kittner, professor de Neurologia na universidade americana, explicou: “O número de pessoas com AVC precoce está aumentando. Essas pessoas têm maior probabilidade de morrer devido ao evento com risco de vida, e os sobreviventes podem enfrentar décadas de incapacidade”.
Para agregar resultados, a equipe realizou uma meta-análise que avaliou a associação do genoma de AVC de início precoce, em pacientes com idades entre 18 e 59 anos, usando dados individuais ou estatísticas resumidas de 16.730 pacientes com AVC e 599.237 controles saudáveis que nuncia sofreram o comprometimento neurológico.
Quais as descobertas da meta-análise?
Fonte: National Cancer Institute/Unsplash/Reprodução.Fonte: National Cancer Institute/Unsplash
O estudo revelou que pessoas com AVC precoce estão mais propensas a ter sangue tipo A, e têm menos incidências de sangue tipo O (conhecido como doador universal), quando comparadas com indivíduos com AVC tardio ou os que nunca tiveram a doença.
Finalmente, após um ajuste fino, que incluiu sexo e outros fatores, os pesquisadores concluíram que pacientes com sangue tipo A tinham um risco 16% maior de ter um derrame cerebral precoce do que as pessoas com outros tipos sanguíneos. Já as pessoas com tipo O mostraram uma propensão 12% menor de ter AVC do que as demais.
Em comunicado, Kittner reconhece não saber ainda por que o sangue tipo A impõe esse risco maior, mas especula que tenha “algo a ver com fatores de coagulação do sangue, como plaquetas e células que revestem os vasos sanguíneos, bem como outras proteínas circulantes”. Estudos anteriores mostraram que indivíduos com sangue do tipo A têm um risco maior de desenvolver coágulos nas pernas (trombose).
ARTIGO - Neurology - DOI: 10.1212/WNL.0000000000201006.
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