Em um novo estudo realizado na Universidade de Binghamton, em Nova York, pesquisadores conseguiram desenvolver uma biobateria que pode ser engolida por pacientes. Contudo, a maior diferença é que o dispositivo só começa a ser “carregado” ao chegar no intestino delgado, considerado uma região do corpo humano de difícil acesso.
A biobateria tem o formato de uma cápsula e seu desenvolvimento foi inspirado em outras descobertas do principal autor do estudo e professor da Faculdade de Engenharia e Ciências Aplicadas Thomas J. Watson, Seokheun “Sean” Choi. A pesquisa foi publicada no fim de novembro, na revista científica Advanced Energy Materials.
Ao liderar e receber ajuda de uma equipe de doutorandas, o pesquisador usou uma membrana sensível ao pH para não permitir que a bateria produza energia ao chegar no intestino delgado — o comprimento do órgão pode ter até 7,64 metros. A cápsula ingerível utiliza células de combustível microbianas com bactérias Bacillus subtilis, que permanecem inertes até chegarem ao destino — elas são ativadas pelo pH do intestino delgado.
As células geraram cerca de 100 microwatts por centímetro quadrado de densidade de potência.Fonte: Reprodução
Biobateria de bactérias
“Existem algumas regiões do intestino delgado que não são acessíveis, e é por isso que as câmeras ingeríveis foram desenvolvidas para resolver esse problema. Eles podem fazer muitas coisas, como imagens e detecção física, até mesmo a administração de medicamentos. O problema é o poder. Até agora, os eletrônicos estão usando baterias primárias que têm um orçamento de energia finito e não podem funcionar a longo prazo”, disse Choi.
Choi destaca que as bactérias da biobateria não fazem mal aos pacientes, assim como outros micróbios que circulam em nosso corpo sem causar problemas. Ele prevê que a tecnologia poderá ser usada em diferentes exames médicos e já está estudando uma forma de melhorar a cápsula.
Atualmente, a biobateria é capaz de gerar 100 microwatts por centímetro quadrado de densidade de potência, energia que pode alimentar uma transmissão sem fio. Contudo, eles buscam gerar mais energia para permitir a aplicação em diferentes tipos de uso — a tecnologia ainda precisa passar por testes em animais e humanos, além de estudos sobre biocompatibilidade.