Você já deve ter se deparado com alguma imagem desse gigante: o supervulcão Yellowstone, localizado no Parque Nacional de Yellowstone, no estado do Wyoming, nos Estados Unidos. Ele tem um visual diferente do tradicional vulcão alto que ocupa nosso imaginário – é uma grande e bela cratera em tons de azul, verde e amarelo. Pois bem, agora cientistas descobriram que há muito mais magma nele do que se pensava.
O novo estudo de uma equipe internacional verificou quanto magma o supervulcão de Yellowstone continha e como ele está distribuído, além de acrescentar detalhes importantes aos modelos anteriores, que poderão ser usados para ajustar as estimativas sobre a próxima grande erupção.
O foco da pesquisa foi o magma líquido, frequentemente usado para prever erupções. Para isso, a equipe utilizou uma técnica de imagem tomográfica recém-desenvolvida e analisou as gravações de ondas sísmicas feitas entre 2000 e 2018.
Com base em como a velocidade das ondas medidas muda em diferentes profundidades, os pesquisadores estimaram que o reservatório de magma líquido sob o parque de Yellowstone tem uma fração de fusão parcial entre 16% e 20%, em comparação com modelos anteriores que estimavam cerca de 10%.
Mas a descoberta não é tão assustadora quanto pode parecer: segundo estimativas anteriores, seria necessário entre 35 e 50% de derretimento para desencadear uma erupção – embora existam vários outros fatores, o que torna o evento difícil de prever.
A pesquisa indicou, no entanto, que o conteúdo extra não torna mais provável uma erupção iminente. No artigo, os pesquisadores afirmam que não foi confirmada a presença de um corpo em erupção e o conteúdo "não implica uma erupção futura".
Achados em Yellowstone
As velocidades mais lentas detectadas no estudo, de três a oito quilômetros abaixo da superfície, sugerem que o líquido derretido está mais concentrado nas profundidades rasas da cratera.
“A fração de derretimento que estimamos é substancialmente menor do que seria esperado se uma grande fração do reservatório de Yellowstone estivesse no estágio de erupção de seu ciclo de vida”, explicaram os pesquisadores. Mas advertiram também que "a presença de pequenos volumes de subconjuntos de derretimento silícico concentrado não pode ser descartada".
Ou seja: a zona rica em derretimento é um "indicador importante" do ciclo eruptivo, mas é apenas parte da imagem.
Erupções de Yellowstone
Houve três erupções catastróficas em Yellowstone nos últimos 2,1 milhões de anos. A área é observada constantemente pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos e pelo Observatório do Vulcão Yellowstone. Os pesquisadores salientaram que um evento de tensão provavelmente seria acompanhado por processos que ficariam evidentes no monitoramento.
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