Em pesquisa pioneira, uma equipe da Universidade Queen Mary, de Londres, conseguiu pela primeira vez, identificar um marcador sanguíneo que pode auxiliar no diagnóstico precoce da miocardite.
A miocardite é uma infecção, potencialmente fatal, que ocorre na musculatura do coração. Atualmente, o diagnóstico é realizado por biópsia, um exame com alto custo, invasivo, que gera riscos ao paciente.
Mas isso pode mudar em breve.
O exame é feito coletando um pedacinho da musculatura cardíaca. A análise é demorada e nem sempre conclusiva.Fonte: Shutterstock
A pesquisa publicada na revista cienctífica Circulation deu os primeiros passos para um método mais barato, rápido e eficaz para a detecção da doença.
Através da análise do sangue de 34 pacientes com miocardite, os pesquisadores puderam observar a presença de linfócitos T, expressando uma proteína específica, a cMet.
Nosso sistema imunológico tem diversas células de defesa. Conhecidas pelo nome genérico de glóbulos brancos, cada uma tem características específicas.Fonte: Shutterstock
No grupo de controle, formado por pessoas sem a doença, não foram detectados sinais desses mesmos componentes em ação no sangue.
Para a equipe de pesquisa, essa observação abre oportunidades sem precedentes: diagnóstico precoce, seguro e mais barato.
Quanto mais cedo o diagnóstico é realizado, melhores são as chances de tratamento e prevenção de piora do paciente, diminuindo as mortes em decorrência da infecção.
A pesquisa agora irá continuar com uma amostra maior de pacientes, a fim de confirmar se a presença de cMet ocorre apenas na presença da infecção no coração.
Se for confirmada, os pesquisadores esperam que o novo método de análise sanguínea esteja disponível em um ano.