Nos próximos dias 16 e 17 de novembro, o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, chegará ao complexo turístico de Sharm El Sheik, no Egito, onde participará da Conferência das Partes sobre o Clima (COP27). O futuro mandatário da nação foi convidado para o encontro pela ONU e pelo presidente hóspede do evento, Abdul Khalil El-Sisi.
De acordo com a CNN, Lula vai ao evento com uma comitiva que incluirá alguns possíveis nomes do futuro governo, como a ex-ministra do Meio Ambiente e deputada eleita Marina Silva (Rede-SP), os senadores Simone Tebet (MDB-MS) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), além da bióloga Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente durante o governo de Dilma Rousseff.
Equipe que acompanhou o presidente eleito Lula no último debate de televisão das eleições de 2022; à direita de Lula, a ex-ministra do Meio Ambiente, que deve viajar com Lula para a COP27 (crédito: Lula Oficial/Reprodução)Fonte: Lula Oficial/Instagram
Por que Lula irá à COP27 e não o president atual?
Embora o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha reclamado de que Lula estaria "usurpando" sua função, segundo o jornalista Josias de Souza do portal Uol, o mandatário não manifestou nenhum interesse de ir à COP27, assim como não foi nem à COP25 nem à COP26.
No segundo dia do encontro internacional, o ambientalista Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, afirmou que o Brasil "escolheu parar de destruir a Amazônia". Segundo a BBC, as informações de Gore estão corretas. Com base em informações oficiais sobre a destruição de áreas da Floresta Amazônica, geradas pelo Instituição Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a taxa de desmatamento ao longo dos dois mandatos de Lula caiu 67%.
Durante os três primeiros anos da gestão Bolsonaro, registra o Inpe, o desmatamento na Amazônia cresceu 73%. De acordo com o instituto de pesquisa vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, a área desmatada na Amazônia durante o primeiro ano do atual governo foi de 10,1 mil km2; 10,8 mil km2 em 2020 e 13 mil km2 em 2021.
Uma nova postura do Brasil na questão climática
Mesmo sem poder ainda decidir o rumo das negociações da delegação brasileira, a presença do futuro presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, é uma das mais aguardadas na COP27. "O mundo está esperando pelo Brasil", afirmou à DW Brasil, a deputada Marina Silva, uma das cotadas para assumir o novo ministério do Meio Ambiente.
Segundo a CNN, o presidente eleito poderá anunciar, durante o evento mundial, a criação do cargo de Autoridade Nacional sobre Mudanças Climáticas. Sugerido pela deputada Marina Silva, o posto teria a função de coordenar as políticas públicas de preservação do meio ambiente no país e no exterior.
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