Em 2019, mais de 63 mil pessoas morreram em decorrência das picadas de cobra em todo o mundo. Só na Índia foram mais de 51 mil vítimas. É o que mostra um estudo conduzido pelo professor Richard Franklin, da Universidade James Cook.
Famosa pelos seus animais peçonhentos, a Austrália, onde a pesquisa foi conduzida, só registrou duas das fatalidades naquele ano. O pesquisador explica que o acesso a antídotos é a melhor forma de combater o problema.
Acesso à antídotos ainda é precário em muitas regiões do mundo (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
Após o encontro com o animal peçonhento, o antídoto deve ser administrado dentro das 6 horas seguintes para garantir o sucesso da recuperação do paciente. No entanto, muitos países enfrentam dificuldades logísticas e culturais para difundir esses tratamentos.
No estudo, fica evidente que os acidentes são mais graves em regiões mais pobres: o sul da Ásia (Paquistão, Índia, Bagladesh e Sri Lanka) lidera o número de casos, seguida pela África Subsaariana, com destaque para a Nigéria.
A pesquisa também mostra que a taxa de mortalidade está subindo com o aumento da população, e deve chegar a 68 mil em 2050.
“Garantir o acesso ao antídoto nas áreas rurais do mundo salvaria milhares de vidas, e um maior investimento na elaboração e ampliação dessas intervenções deve ser priorizado”, diz em nota o professor Franklin.
ARTIGO Nature Communications: doi.org/10.1038/s41467-022-33627-9
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