Um vídeo divulgado pela NASA na semana passada (4) simula uma suposta colisão entre o que era a Terra há bilhões de anos e um objeto do tamanho de Marte – batizado como Theia – e pode esclarecer um dos mistérios da astrofísica mundial: a formação da Lua, satélite natural que circunda e estabiliza o nosso planeta.
As imagens apoiam a hipótese do grande impacto e são baseadas em uma pesquisa recente que investigou a formação imediata da Lua, ou seja, além de se originar em uma colisão com Theia, ela teria se formado em questão de horas, e não durante meses ou anos como se acreditava anteriormente.
Publicada em abril na revista Astrophysical Journal Letters, a teoria “abre toda uma nova gama de possíveis pontos de partida para a evolução da Lua”, diz o principal autor do artigo, o pós-doutorando Jacob Kegerreis, do Centro de Pesquisa Ames da NASA.
Como a Lua se formou?
Utilizando simulações de alta resolução, os cientistas concluíram que impactos massivos podem colocar, em curto espaço de tempo, um satélite com massa e conteúdo de ferro semelhantes à Lua em uma órbita muito além do chamado limite de Roche da Terra, a distância mínima entre um satélite e o seu planeta sem que aquele se rompa devido às forças de maré.
Em um comunicado, os autores afirmam que o cenário de formação da Lua em estágio único consegue colocá-la "em uma órbita ampla com um interior que não está totalmente derretido, potencialmente explicando propriedades como a órbita inclinada do satélite e a crosta fina".
A expectativa dos pesquisadores é de, além aprender mais sobre o satélite, possam ter novos insights sobre a formação do nosso planeta. “Quanto mais aprendemos sobre como a Lua surgiu, mais descobrimos sobre a evolução de nossa própria Terra”, disse Vincent Eke, um dos autores do artigo.
ARTIGO - The Astrophysical Journal Letters - DOI: 10.3847/2041-8213/ac8d96.
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