A endometriose consiste no crescimento irregular de um tecido semelhante ao endométrio, que normalmente reveste o útero e se desprende durante a menstruação, causando o sangramento.
Com essa condição clínica, esse material pode surgir nos ovários, intestinos ou na pélvis, causando inclusive dor ou complicações. Uma delas é a infertilidade. Mas com o tratamento certo, ainda é possível engravidar – mesmo com o diagnóstico.
A endometriose pode afetar a fertilidade em alguns casos (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
A maioria dos tratamentos para endometriose tem objetivo de prevenir a ovulação, como os anticoncepcionais. O problema, entretanto, é que tal medida impede a gravidez, e quando optam por gerar um filho e necessário interromper a terapia.
Quais são as chances de engravidar com endometriose?
A doença por si só afeta a fertilidade. Estudos científicos mostraram que, no máximo, 10% dos casais que convivem com a doença conseguem engravidar – sem o problema as chances dobram.
São muitas as causas da infertilidade provocada pela endometriose. Em primeiro lugar, a condição afeta os ovários e as trompas de Falópio. Esses dois órgãos são de onde o óvulo parte e por onde ele percorre até chegar ao útero para ser fecundado.
O crescimento de tecidos nessas regiões pode impedir que as células reprodutivas complete o seu caminho e fiquem presas pelo caminho. Entretanto, existem evidências que a doença afeta os próprios gametas em si.
Como a endometriose impede a gravidez?
Embora não saibam como isso ocorre, os especialistas acreditam que seja um efeito de inflamações provocadas no corpo. O próprio diagnóstico desse mal, que consiste na extração e análise do tecido semelhante ao endométrio, pode deixar cicatrizes que afetam a capacidade reprodutiva do paciente.
Assim, um casal que enfrenta o problema da endometriose deve consultar um profissional de fertilidade para orientar o processo. Ele irá prescrever exames que sejam necessários e pode pedir testes de hormônios para conferir o número de óvulos disponíveis.
Isso é importante em alguns casos, já que certos tratamentos cirúrgicos para a endometriose podem afetar e reduzir essa reserva ovariana.
Com ajuda profissional é possível ter uma gravidez saudável mesmo com endometriose (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
Após avaliada a condição do paciente, o médico pode adotar certas medidas para chegar à gravidez. Uma alternativa é o congelamento dos óvulos, para preservar aqueles restantes até que seja possível a inseminação.
Em alguns casos, é possível resolver o problema com medicações adequadas, como o Clomifeno ou injeções de progestina, que ajudam na produção regular de óvulos mais maduros.
A superovulação e inseminação intrauterina também é uma opção que pode ser adotada nos casos de endometriose leve, desde que a doença não afeta as trompas de Falópio. Uma outra alternativa à ela é a fertilização in vrito, reservada para quadros moderados ou severos.
Como é a gravidez de quem tem endometriose?
Não é só engravidar que é difícil para quem tem endometriose. Toda a gestação é um período que exige cuidado e atenção especial. Grávidas que são acometidas pela doença estão propensas a sofrerem de parto prematuro, pré-eclâmpsia e placenta prévia.
Os desafios, entretanto, não impedem quem muitos desses pacientes deêm a luz a um bebê saudável e forte no tempo certo. E a chave para o sucesso é o acompanhamento médico desde o início da concepção.
A gravidez em si pode até mesmo reduzir alguns dos sintomas clássicos da doença porque ela interrompe o ciclo menstrual, que geralmente é intenso, doloroso e com muito sangramento. Além disso, estimula a liberação de progesterona.
Apesar dos obstáculos, mesmo quem convive com a doença pode ter um filho saudável (Fonte: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
Os níveis elevados desse hormônio em alguns gestantes suprime e até mesmo é capaz de interromper o aumento de tecidos anômalos. Tanto que um análogo seu é usado como medicamento para alguns pacientes.
Mas esse padrão não é igual para todos, já que existem aqueles pacientes que relatam uma piora do seu quadro durante o período de gravidez. Nesses casos, possivelmente é o crescimento do útero para acomodar o feto que estica os tecidos irregulares, causando desconforto e dor.
Mesmo com endometriose, é possível engravidar e gerar um filho saudável. No entanto, gestantes que sofrem dessa síndrome são consideradas de risco e necessitam de acompanhamento redobrado.
É por isso que pacientes devem buscar o acompanhamento de especialistas durante todas as fase da gravidez, e manter um olho aberto para sinais de complicações. Só assim que pode-ser assegurar as melhores condições de saúde para toda a família.
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