As chances de um cachorro ter demência aumentam mais de 50% a cada ano de idade do animal. É o que concluiu um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, publicado na revista Scientific Reports na quinta-feira (25).
Da mesma forma que os humanos, os cães idosos podem apresentar declínio cognitivo e perda de memória. Mas em casos extremos, alguns pets experimentam uma condição denominada disfunção cognitiva canina (CCD), incluindo sintomas como perda da consciência espacial, sono interrompido e comportamentos incomuns, entre outros.
A CCD foi o alvo da investigação liderada pela epidemiologista Sarah Yarborough. A pesquisa envolveu a análise de dados de mais de 15 mil cachorros, abrangendo detalhes sobre o comportamento deles, nível de atividade, idade, raça e sexo.
A dificuldade para aprender novos truques pode ser um indicativo da doença. (crédito: Shutterstock)
Considerando também dados referentes à saúde e castração, os cientistas descobriram que 1,4% dos cães tinha CCD. Além disso, o estudo revelou que o risco de demência canina é 52% maior no animal um ano mais velho do que naquele um ano mais novo e que a prevalência da doença nos pets com menos de 10 anos é quase zero.
Inatividade aumenta riscos
Os pesquisadores afirmaram ainda que os animais sedentários são mais propensos a apresentar CCD, tendo 6,5 vezes mais chances de diagnóstico da doença. Problemas auditivos, oculares e neurológicos também foram associados aos riscos elevados, assim como a probabilidade é maior em cães de raças toy e nos terriers.
Apesar das descobertas, a epidemiologista ressalta a necessidade de novas pesquisas para investigar certas situações. Uma das dúvidas é se a inatividade levou à demência canina ou se a CCD desencadeou o sedentarismo, enquanto outra diz respeito à possibilidade de os bloqueios da pandemia terem afetado os resultados.
Por outro lado, a boa notícia é que o estudo pode facilitar o entendimento sobre o envelhecimento humano, devido às semelhanças entre a demência nos cães e nas pessoas. Conhecer as características da CCD também permite que os tutores tomem medidas preventivas, incluindo uma dieta saudável e maior envolvimento do cão em atividades físicas e sociais.