Uma condição conhecida popularmente como “doença do tatu” matou um adolescente de 16 anos, no último sábado (20), na cidade de Simões (PI). A enfermidade – chamada de coccidioidomicose – é uma infecção provocada pelo fungo coccidioides, que provoca micose sistêmica e é adquirida por inalação dos esporos.
Um irmão da vítima, de 14 anos, e um amigo de 22 anos também foram contaminados. O irmão está sendo monitorado em casa, mas o amigo de que ser internado no Hospital Regional Justino Luz, na cidade de Picos. De acordo com o G1, o rapaz está em uma sala de cuidados críticos (uma semi-UTI) e sua condição é grave, porém estável.
Falando à TV Clube, de Teresina, a coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), Amélia Costa, relatou que os quatro rapazes de Simões saíram para caçar tatu há cerca de um mês. Ao retornarem, três deles começaram a se queixar de falta de ar e apresentaram um quadro febril, mas o quarto não apresentou qualquer sintoma.
O que é a doença do tatu
Pústulas da coccidioidomicose. (Fonte: Deus Filho et al./Sciello.)Fonte: Deus Filho et al./Sciello
De acordo com o site do Ministério da Saúde, a coccidioidomicose "é uma micose sistêmica, de evolução aguda ou crônica, restrita a regiões secas do continente americano. Essa doença acomete os pulmões, podendo se apresentar como infecção respiratória leve, pneumonia adquirida na comunidade (PAC) ou quadro semelhante à tuberculose".
Apesar do nome, a doença não é transmitida de animal para humano e nem de humano para humano, pois não é contagiosa. A contaminação ocorre somente quando a pessoa entra em contato com os esporos do fungo por inalação.
Pedindo que a comunidade evite exposição ao risco de contaminação, a Secretaria Municipal de Saúde de Simões emitiu nota, onde explica os principais sintomas da coccidioidomicose: lesões na pele, tosse, febre, falta de ar, linfonodomegalia (ínguas ou landras [caroços]), comprometimento pulmonar, emagrecimento. Na sua forma mais grave, a infecção pode levar à morte.