Pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, anunciaram a descoberta de um composto eficaz no combate contra mais de 200 tipos de bactérias resistentes a antibióticos. A novidade foi descrita em um estudo publicado na revista científica ACS Central Science, na quarta-feira (10).
Desenvolvida a partir da modificação do antibiótico Debio-1452, usado no tratamento de determinadas doenças bacterianas, a fabimicina inibiu a reprodução de patógenos responsáveis por causar infecções graves no pulmão, estômago e trato urinário. Ela foi testada com sucesso em camundongos infectados.
Além de impedir que as superbactérias se espalhassem pelo organismo, reduzindo a quantidade aos níveis anteriores à infecção, a substância apresentou outra vantagem. Nos testes, o composto não teve um impacto significativo sobre as “bactérias do bem”, preservando o microbioma intestinal.
O uso incorreto de antibióticos é um dos fatores que propiciam o surgimento das superbactériasFonte: Unsplash
Embora os resultados tenham colocado a fabimicina como candidata a ser usada em um novo antibiótico, ela ainda não foi testada em humanos. Para os próximos passos da pesquisa, a equipe liderada pelo professor de química da universidade americana, Paul J. Hergenrother, depende de financiamento.
Ameaça à saúde humana
As bactérias resistentes a medicamentos surgem a partir de mutações causadas pelo uso incorreto de antibióticos, entre outros fatores. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera tais patógenos como uma “grande ameaça à saúde humana”, defendendo o desenvolvimento imediato de novos remédios para combatê-las.
Elas são classificadas como gram-negativas, apresentando uma estrutura celular que impede a chegada e o acúmulo de moléculas de antibióticos. Já as bactérias gram-positivas, que já são tratadas com o Debio-1452, não possuem essa camada externa.