Após o início da pandemia de covid-19 todos os centros de saúde estão em alerta para o surgimento de novos vírus com capacidade zoonótica. Dentro deste panorama, o Langya (LayV), vírus recém sequenciado, tem ganhado destaque.
O vírus detectado pela primeira vez em 2018, recebeu o nome do distrito onde a primeira paciente infectada reside, Langya, na cidade de Chuzhou, China. A descoberta dessa cepa de henipavírus acorreu através da vigilância de três hospitais nas províncias de Shandong a Henan, região leste da China.
Todos os pacientes encaminhados para essas três unidades de atendimento que apresentassem febre, e o relato de contato com animais de forma recente, eram encaminhados para participação do estudo.
Durante o período de 2018 à 2021, foram detectados 35 pacientes infectados com o vírus LayV. Assim como a Covid-19, o novo vírus é uma zoonose, e tem como fonte de contaminação, animais infectados.
Quais são os sintomas do vírus Langya?
O LayV causa alguns sintomas respiratórios, e em todos os casos regstrados até o momento, a febre está presente. Entre os sintomas relatados pelos pacientes estão:
- Febre;
- Tosse;
- Perda de apetite;
- Dores musculares;
- Fadiga;
- Dores de cabeça;
- Náusea e vômito.
Em uma minoria dos casos, os pacientes desenvolveram sintomas mais graves, como: pneumonia, disfunção renal e hepática. Mas apesar de incômodos, os casos tiveram um desfecho favorável e nenhuma morte em decorrência da infecção pelo vírus foi relatada.
Como o vírus Langya é transmitido?
Grande parte das pessoas infectadas com o vírus são agricultores e mantêm contato com animais em seu cotidiano. Através de amostragem, os pesquisadores observaram que o vírus pode ser detectado em cabras e cães.
No entanto, a maior amostragem da presença do vírus ocorreu em musaranhos, pequenos mamíferos, semelhantes em aparência com ratos, que comem principalmente insetos. De 262 animais testados, 27% apresentaram o vírus.
Até o momento, os mussaranhos são considerados os principais transmissores do vírusFonte: Shutterstock
Mas apesar de sabermos quais podem ser os hospedeiros naturais do vírus, em específico para o LayV, ainda não se sabe ao certo como a transmissão ocorre. A transmissão pode ocorrer por contato direto com os animais infectados, ou por hospedeiros intermediários.
Até o momento, os pesquisadores dizem que não há transmissão entre humanos. Durante o acompanhamento de nove pacientes, e de seus contatos próximos, não foi observada a transmissão entre as pessoas.
Devido a todas essas lacunas, os cientistas estão mantendo em o vírus em vigilância e buscando respostas para os fatores que ainda não estão explicados.