Quando nossos antepassados olhavam para o céu, sem a interferência das luzes das grandes cidades, eles viam uma infinidade de estrelas. Na vastidão do espaço, um disco de luz brilhante se destacava: a Via Láctea.
Vista daqui, nossa galáxia forma um arco de estrelas que se estende de horizonte a horizonte. Mas, de fora, um observador veria seu verdadeiro formato elíptico, com quatro braços que giram em torno de um enorme buraco negro.
Segundo diálogos antigos, Zeus colocou Hércules para se alimentar nos seios de Hera enquanto a deusa dormia. Quando acordou, ela se assustou com a criança desconhecida e a afastou, derramando assim um pouco de leite.
Sem saber na época, os gregos batizaram nossa galáxia com suas lendas. Hoje sabemos que a nuvem de estrelas que vemos no céu são os sóis vizinhos ao nosso. Mas a história dela começa muito antes disso.
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Como se formou a Via Láctea?
Logo após o Big Bang, cerca de 13,6 bilhões de ano atrás, começaram a se formar regiões de superdensidade no espaço, as quais começaram a atrair o material cósmico que estava espalhado — e assim surgiram as primeiras estrelas. Uma dessas regiões se tornou nossa galáxia.
Hoje, os objetos mais antigos conhecidos por aqui são estrelas de 13,8 bilhões de anos, as quais estão na parte mais externa do conglomerado, cerca de 50 milhões de anos-luz do centro. Com o passar do tempo, mais material foi sendo agregado ao conglomerado estelar e, assim, a Via Láctea passou a crescer por meio do consumo de outras galáxias ao redor.
Em apenas alguns bilhões de anos de vida, a massa da galáxia se tornou muito grande, e o meio interestelar, antes esférico, passou a ter o formato de disco que conhecemos hoje.
Foi há 11 bilhões de anos que cruzamos com o último grande conglomerado de estrelas, batizado de Kraken. Já o processo de consumir galáxias menores segue ativo até hoje, vitimando tanto a Grande quanto a Pequena Nuvem de Magalhães.
Hoje, estima-se que a Via Láctea e outras vizinhas estejam na metade da vida. Essa etapa é uma transição entre as chamadas nuvens azuis (galáxias que formam grandes quantidade de estrelas) e as sequências vermelhas (que não formam nenhuma).
Daqui a 5 bilhões de anos, nossa galáxia deve encerrar sua produção. Antes disso, porém, podemos colidir com a vizinha mais próxima, Andrômeda.
Afinal, como é a Via Láctea?
Estudar nossa galáxia é difícil, principalmente porque estamos estacionados no meio dela, sem uma boa visão geral. Em 2013, a Agência Espacial Europeia lançou a missão Gaia, que mapeou várias estrelas vizinhas e registrou grandes avanços científicos.
A Via Láctea é uma galáxia espiral na qual se encontra o sistema solar e, consequentemente, nosso planeta. Para ser mais preciso, é estimado que estamos entre 25 e 28 mil anos-luz do centro galáctico.
Hoje sabemos que a Via Láctea não está parada. No centro dela existe um buraco negro supermassivo, batizado de Sgr A*, por estar localizado na direção da constelação de sagitário, e o resto gira ao redor dele.
Sgr A* tem mais de 4 milhões de vezes a massa de nosso sol. Ao redor dele, orbita uma série de estrelas que se movimentam rapidamente. Em 2014, astrônomos presenciaram uma nuvem de gás atingir o buraco negro e ser desintegrada.
Estima-se que o centro galáctico tenha cerca de 10 bilhões de estrelas — na galáxia inteira, são 200 bilhões. Dessas, a maioria é de gigantes vermelhas antigas, formadas nos primeiros anos de vida.
A Via Láctea é uma galáxia do tipo barrada, ou seja, antes de formar os braços espirais, existe uma barra reta de 10 mil anos-luz que demarca os limites da região central. Saindo da região central, partem os quatro braços da galáxia, chamados de Perseus, Scutum-Centaurus (os dois mais proeminentes), Cygnus e Sagitário. Apesar de serem descritos como espirais perfeitas, o formato é altamente irregular e desconhecido.
Além dos braços principais, existem outros menores. Em um deles, o de Órion, é onde se localiza nosso sistema solar. Pesquisadores ainda não sabem como se formam, e estudá-los pode trazer novas pistas sobre o funcionamento do universo.
Há centenas de anos nossos antepassados olhavam para o céu à noite e se maravilharam com o que viam. Ainda hoje seguimos esses passos e, pouco a pouco, vamos desvendando os mistérios que a Via Láctea guarda.
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