Um estudo conduzido por pesquisadores das Universidades de Edimburgo e Glasgow, na Escócia, mostrou que, ao identificar alterações na produção de células sanguíneas, um simples exame de sangue é capaz de prever o risco de pessoas idosas desenvolverem leucemia. Isso permite que aqueles com maior risco da doença possam ser identificados com anos de antecedência, para se tratarem preventivamente.
Para entender o risco de leucemia, explica Linus Schumacher, coautor principal do estudo, é preciso “considerar o equilíbrio entre as diferentes células envolvidas na produção de células sanguíneas e como esse equilíbrio muda à medida que envelhecemos.”
Leucemia é uma doença relacionada aos glóbulos brancos do sangueFonte: Shutterstock
A leucemia nada mais é do que um desequilíbrio na produção dessas células, fazendo com que células alteradas cresçam mais rápido do que as demais, superando-as às vezes, um fenômeno conhecido como "vantagem de aptidão".
Como os cientistas entenderam o risco de desenvolver leucemia?
Para compreender o risco de desenvolver leucemia à medida que envelhecemos, os pesquisadores mediram amostras de sangue de 83 indivíduos das Coortes de Nascimento de Lothian de 1921 e 1936. Esses dados, colhidos a cada 3 anos durante um período de 12 anos, foram analisados por matemáticos, biólogos e cientistas genômicos.
A seguir, os especialistas combinaram esses dados genômicos com um algoritmo de aprendizado de máquina. A ideia foi vincular mutações diferentes com velocidades distintas de crescimento das células-tronco sanguíneas responsáveis por essas mudanças.
A conclusão foi que mutações específicas dão vantagens de aptidão diferentes para células-tronco em pessoas sem leucemia. Essa diferença pode ser usada para prever a rapidez do crescimento das células mutantes, ou seja, o risco da leucemia.
ARTIGO - Nature Medicine - DOI: 10.1038/s41591-022-01883-3.
Fontes