Pesquisadores da Universidade de Queensland (UQ), na Austrália, descobriram que uma larva conhecida como "superverme" tem apetite por poliestireno. Esse hábito alimentar pode ser uma solução para a reciclagem de plásticos em grande escala, pois o polímero responde por até 10% da produção total de plásticos reforçados do mundo.
De acordo com o pesquisador líder do estudo, Dr. Chris Rinke, da Escola de Química e Biociências Moleculares da UQ, “Os supervermes são como miniusinas de reciclagem, triturando o poliestireno com a boca e depois alimentando as bactérias em seu intestino”.
Os cientistas descobriram que esse "verme" – o Zophobas morio –, que é na verdade a larva de um besouro, consegue comer poliestireno graças a uma enzima bacteriana em seu intestino.
Como o 'superverme' pode ajudar na reciclagem de plásticos?
Para comprovar sua hipótese, os pesquisadores alimentaram as larvas, comumente vendidas como comida para aves, com três dietas diferentes durante três semanas: uma com espuma de poliestireno (isopor), farelo e jejum total. Aquelas que se alimentaram apenas de poliestireno “não apenas sobreviveram, mas até tiveram ganhos marginais de peso”, afirma Rinke.
A equipe usou então uma técnica conhecida como metagenômica, para detectar enzimas codificadas na microbiota intestinal das larvas, que possuem a capacidade de degradar poliestireno e estireno. A ideia é que, em longo prazo, essas proteínas catalisadoras consigam degradar resíduos plásticos triturados mecanicamente em usinas de reciclagem.
Coautora da pesquisa, a doutoranda Jiarui Sun explicou que eles pretendem cultivar as bactérias intestinais em laboratório e testar sua capacidade de degradar o poliestireno. A ideia é que essa biorreciclagem possa reduzir aterros sanitários.
ARTIGO Microbial Genomics - DOI: 10.1099/mgen.0.000842.
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