O que são as luas galileanas do planeta Júpiter?

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Nascido em 1564, em Pisa, Itália, Galileu Galilei é conhecido como o pai da astronomia moderna. Apontando sua luneta para os céus, Galileu foi capaz de observar manchas solares, detalhes na lua, descobrir novos astros, como as luas galileanas, e também ser condenado, por confirmar a Teoria do Heliocentrismo de Nicolau Copérnico.

Dentre os astros observados por Galileu, estão: Io, Europa, Callisto e Ganimedes, as maiores luas do planeta Júpiter que, atualmente, tem ao menos 79 satélites naturais já observados pelos cientistas.

Galileu também era físico, matemático e filósofo.Galileu também era físico, matemático e filósofo.Fonte:  Shutterstock 

Em 1610, ao observar o planeta Júpiter, Galileu observou três corpos que o acompanhavam, alinhados em uma linha quase reta. Inicialmente, o astrônomo pensou serem estrelas. Mas conforme observava, ele percebeu que esses corpos se moviam, e que um quarto corpo se aproximava de tempos em tempos.

Galileu Galilei nomeou esses satélites como “Luas Médici”, em homenagem à famosa família Médici, nominando cada lua individualmente com números romanos de I, II, III e IV, mas isso não durou muito tempo.

Os nomes que conhecemos hoje, foram dados por Simon Marius (1573-1625), astrônomo alemão que alegou ter descoberto as luas antes de Galileu, em 1609. Os nomes, sugeridos a ele pelo cientista Johannes Kepler (1571-1630) são correspondentes às amantes de Zeus.

Mesmo com a alegação de Marius, Galileu foi mais rápido em publicar suas observações, o que concedeu a ele o crédito da descoberta. Quem de fato foi o primeiro a fazer as observações? Jamais saberemos.

Vamos conhecer mais sobre as luas galileanas abaixo.

Io

Io é a quarta maior lua e o corpo celeste com maior atividade vulcânica no sistema solar. É a lua galileana mais próxima de Júpiter, e é considerado um satélite jovem, pela ausência de crateras em sua superfície, que é colorida por diferentes tons de enxofre. A atividade vulcânica do planeta é provocada pelo efeito de maré. A força exercida sobre Io por Júpiter, é muito grande, e causa elevações na crosta da lua galileana. Essa movimentação acaba gerando calor, o que dá ignição aos vulcões de Io.

Io tem vulcões ativosIo tem vulcões ativosFonte:  NASA/JPL/USGS 

Europa

Europa é a segunda lua mais próxima de Júpiter, e a menor das quatro luas galileanas. Acredita-se que abaixo da camada de 100 metros de espessura de gelo, exista água líquida. Para os pesquisadores, Europa é intrigante, pois há uma possibilidade de essa lua ser uma área habitável. Eles também estimam que exista duas vezes mais água nesse satélite do que há na Terra.

Europa pode ter condições de vidaEuropa pode ter condições de vidaFonte:  Galileo Project, JPL, NASA 

Ganimedes

A terceira lua de Júpiter é o maior satélite natural do nosso Sistema Solar. Mesmo com duas vezes mais massa, o planeta Mércurio é menor que Ganimedes. Mas essa lua galileana também é surpreendente por outro motivo. Até o momento, Ganimedes é o único satélite natural capaz de produzir um campo magnético, que é gerado internamente.

Ganimedes é a maior lua do Sistema SolarGanimedes é a maior lua do Sistema SolarFonte:  NASA/JPL 

Calisto

A terceira maior lua do nosso Sistema Solar, não participa da ressonância entre Ganimedes, Io e Europa que as mantém em uma linha aparentemente reta. Calisto é o astro que Galileu viu se aproximar mais tarde em suas observações, e é a quarta lua em suas anotações. As principais características de Calisto são uma superfície coberta por crateras, e uma bacia de mais de 3.000 quilômetros de largura, chamada Valhalla.

Calisto é coberta por craterasCalisto é coberta por craterasFonte:  NASA/JPL/DLR 

Visitas às luas galileanas

O sistema de Júpiter já foi visitado algumas vezes. Nos anos de 1973 e 1974, foi visitado pelas sondas extraplanetárias Pioneers 10 e Pioneers 11, que forneceram imagens em cores mais gerais de Júpiter.

Em 1979 o sistema foi visitado pelas naves Voyager 1 e Voyager 2, que fotografaram o planeta e suas luas galileanas, fornecendo imagens em cores, com uma excelente resolução para a época.

A sonda Galileo, batizada em homenagem a Galileu Galilei, ficou em órbita ao redor de Júpiter por 8 anos (1995-2003), coletando dados sobre as órbitas e fazendo imagens do planeta e suas luas. Graças a essa missão, hoje sabemos dos vulcões e Io, a possibilidade de água em Europa, o campo magnético de Ganimedes, dentre tantas outras descobertas.

Atualmente a NASA está planejando uma nova missão ao sistema de Júpiter. Em direção à lua Europa, a missão chamada Europa Clipper, deve estudar o satélite a fim de confirmar as teorias sobre a existência de água e a possibilidade de haver condições que suportem vida.

As luas galileanas são um espetáculo de cores, formas e composições. São únicas e formam um baile nos céus. Agora nos resta aguardar quais serão as novas descobertas com a Missão Clipper.

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