Com o objetivo ambicioso de resolver um problema de saúde que afeta hoje cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo, a deficiência de vitamina D, uma equipe de cientistas de várias instituições europeias está cultivando tomates biofortificados que podem ajudar a satisfazer as necessidades diárias do nutriente de crianças e adultos.
A deficiência de vitamina D é considerada um importante problema de saúde global, pois a falta desse nutriente aumenta o risco de doenças como o câncer, mal de Parkinson, demência, além de elevar as taxas de mortalidade em causas diversas.
A má notícia é que a maior parte dos alimentos contém pouca vitamina D, e as plantas que poderiam fornecê-la são fontes muito pobres.
Visão geral do metabolismo da vitamina D. (Fonte: Jie Li et al./Nature Plants/Divulgação.)Fonte: Jie Li et al./Nature Plants
Como os cientistas projetaram os tomates biofortificados?
A vitamina D é originalmente formada a partir de duas provitaminas: a D2, de origem vegetal, e a D3, de origem animal. A ação dos raios ultravioletas da luz solar na pele das pessoas é que transforma as provitaminas em vitaminas. Porém, uma enzima chamada 7-desidrocolesterol redutase converte a provitamina D3 em colesterol (gordura).
A solução encontrada pela professora Cathie Martin – do John Inner Centre no Reino Unido – e sua equipe foi bloquear geneticamente a ação dessa enzima, de forma que a provitamina D3 se acumule de maneira generosa nos frutos e até nas folhas dos tomates.
Com isso, garante o estudo, a vitamina D3 produzida por exposição à luz UVB em um único tomate seria igual à presente em dois ovos médios ou 28 gramas de atum.
ARTIGO - Nature Plants - DOI: 10.1038/s41477-022-01154-6.
Fontes