Cerca de 1 bilhão de pessoas devem viver com a obesidade até o ano de 2030. A estimativa está no Atlas Mundial da Obesidade – 2022, lançado no dia 4 de março pela World Obesity Federation (WOF).
O relatório, que será discutido neste mês na Assembleia Mundial de Saúde, traz luz à discussão sobre medidas para prevenção, tratamento e acompanhamento de saúde ao longo da vida desses indivíduos, e destaca os impactos da obesidade nos sistemas de saúde, assim como a necessidade de uma mudança de visão sobre o que é a condição, desmistificando e desfazendo preconceitos que atrapalham na busca por tratamento e acompanhamento médico adequado.
Em relação ao Brasil, os indicadores apontam que não apenas os adultos estão sendo afetados, mas também crianças e adolescentes. A estimativa para crianças entre cinco e nove anos é de que 22,75% (3,1 milhões) estejam acima do peso ou obesas em 2030, assim como 15,71% (4,5 milhões) de adolescentes entre 10 e 19 anos.
A obesidade infantil tem aumentado em 3,8% ao ano, de acordo com o atlas da obesidade.Fonte: Shutterstock
Entre os adultos, nota-se uma maior prevalência feminina, com estimativa de 33,25% de mulheres com obesidade grau 1, contra 25,87% dos homens com o mesmo grau de obesidade para o ano de 2030.
Mundialmente a obesidade tem um impacto muito significativo social e financeiramente. Em 2019, apenas no Brasil, os custos chegaram a US$ 39 bilhões de dólares (quase R$ 200 bilhões). Esses custos estão relacionados aos tratamentos de saúde e auxílios governamentais, assim como custos indiretos relacionados a condições em que o indivíduo não possa exercer atividade remunerada e a morte prematura.
O relatório também traz um ranking que avalia as condições de atendimentos dos serviços de saúde dos países. O Brasil se encontra na 67º posição, em relação aos 183 sistemas de saúde avaliados.
Com o levantamento mundial, o relatório da WOF espera que os países possam discutir e chegar a um plano de ação que promova prevenção, oportunidade de tratamento e acompanhamento médico, assim com a conscientização sobre a obesidade, e a busca pela diminuição dos efeitos financeiros, sociais e a sobrecarga dos sistemas de saúde.
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