Um estudo publicado na revista The Lancet Respiratory Medicine no dia 23 de abril mostrou que apenas uma pequena parte dos pacientes que foram internados com a covid-19 consegue se recuperar totalmente da doença após um ano.
No estudo, feito com dois mil pacientes acompanhados após obterem alta de hospitalização por covid-19, só um em cada quatro se sentiu completamente bem depois de um ano da internação.
Os sintomas de longo prazo mais comuns – que caracterizam a “covid longa” – são: fadiga, dores musculares, lentidão física, falta de sono e falta de ar.
Quanto à menor probabilidade de se sentir totalmente recuperado dos sintomas em um ano, os autores descobriram que os pacientes que receberam ventilação mecânica no hospital têm 58% menos probabilidade; os obesos, 50%; e as pessoas do sexo feminino são 32% menos prováveis.
Fonte: Concord90/Pixabay/ReproduçãoFonte: Concord90/Pixabay
Como foi feita a pesquisa sobre covid longa?
Realizada por uma equipe do Centro de Pesquisa Biomédica do Instituto Nacional de Saúde da Universidade de Leicester, na Inglaterra, a pesquisa trabalhou com dados do estudo pós-hospitalização PHOSP-COVID, que acompanhou adultos hospitalizados no Reino Unido que tiveram alta. Na amostra, foram incluídos pacientes de 39 hospitais do Serviço Nacional de Saúde (NHS), em avaliações realizadas cinco meses e um ano após a alta hospitalar.
Ao todo, foram 2.320 participantes que deixaram o hospital entre 7 de março de 2020 e 18 de abril de 2021. Com o estudo ainda em andamento, 807 (33%) voluntários completaram as duas visitas no momento da análise.
Principais conclusões
A principal conclusão do estudo é que existe hoje uma necessidade urgente de apoio a "essa grande e crescente população de pacientes em que existe uma carga substancial de sintomas, incluindo capacidade reduzida de exercício e grandes decréscimos na qualidade de vida relacionada à saúde um ano após a alta hospitalar".
O estudo recomenda que sejam investigadas estratégias de tratamento para a covid de longa duração, através de uma abordagem médica capaz de direcionar uma terapêutica para e fenótipo relevante, restaurando a qualidade de vida do paciente.
ARTIGO The Lancet Respiratory Medicine: DOI: 10.1016/S2213-2600(22)00127-8.
Fontes