Após analisar com cuidado os dados coletados durante a erupção do vulcão em Tonga de 2022, pesquisadores concluíram que o fenômeno foi o maior do tipo no século até o momento. A explosão ejetou dez quilômetro cúbicos de material no ar.
As proporções foram gigantescas. A nuvem de cinzas gerada pela erupção Hunga Tonga-Hunga Ha'apai alcançou metade do tamanho da França continental. A única outra catástrofe similar registrada pelo homem foi em 1991, do Monte Pinatubo nas Filipinas.
Poeira liberada pela erupção cobriu uma área equivalente à metade da França (Fonte: Earth Observatory/reprodução)Fonte: Earth Observatory
Os pesquisadores usaram um algoritmo para analisar a dimensão do cataclisma com base em dados anteriores. O programa classifica os eventos segundo o Índice de Explosividade Vulcânica (VEI).
A explosão, que destruiu 90% da ilha desabitada de Hunga Tonga Ha'apai, chegou ao nível 6 da escala. Eventos como esse são considerados raros pelos especialistas, e devem ocorrer uma vez a cada século.
O maior valor possível de VEI é 8. Erupções como essas, entretanto, não acontecem há dezenas de milhares de anos, segundo os cientistas. Ocorrências desse nível podem ser catastróficas para o planeta: estima-se que liberariam 100 vezes mais material na atmosfera que o vulcão de Tonga.
Os autores do estudo ressaltam a eficácia do uso de um algoritmo na análise de eventos sísmicos. Segundo eles, erupções ocorrem em locais remotos com escassez de equipamentos de medição.
Para acompanhar a ocorrência dos fenômenos, os cientistas contam com uma rede de estações de monitoramento capazes de captar reverberações sutis do solo. A novidade é que esses dados bastam para o algoritmo estimar o tamanho de uma erupção em apenas poucas horas.
ARTIGO Geophysical Research Letters: doi.org/10.1029/2022GL098123
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