Um estudo divulgado no início de abril por pesquisadores da Universidade Brown, da cidade de Providence (EUA), pode ter desvendado um dos maiores mistérios da ciência lunar: por que o lado oculto da Lua tem mais crateras do que o lado que é visível na Terra? De acordo com os cientistas, isso se deve a uma gigantesca colisão com um asteroide ocorrida há cerca de 4,3 bilhões de anos na região conhecida como polo sul da Lua.
A pesquisa mostra que o choque ocorrido com um asteroide maciço no lado oculto da Lua deu origem à maior e mais antiga bacia de impacto do sistema Solar – a Polo Sul-Aitken (SPA) – uma gigantesca cratera que atinge 2,6 quilômetros em sua largura máxima e profundidade de até 8,2 quilômetros.
Enquanto essa face escondida da Lua é cheia de crateras, aquela que nós vemos da Terra não possui a mesma quantidade de buracos, principalmente porque ela é coberta em grande parte pelos chamados maria lunare (mares lunares), enormes extensões de lava sólida, que aparecem como grandes manchas escuras visíveis a olho nu. Esses campos de lava podem ter coberto as antigas crateras existentes no passado.
Fonte: Shutterstock/Reprodução
A explicação dos mares lunares
No entanto, a explicação de que as crateras do lado próximo da Lua foram parcialmente cobertas por lava, leva a outro questionamento: então, por que só existe lava do "lado de cá" da Lua? De acordo com o estudo, o impacto ocorrido na SPA foi tão forte, que criou um fenômeno singular dentro do manto de magma da Lua, afetando o lado oposto.
O fenômeno foi uma imensa nuvem de calor que se propagou abaixo da crosta do nosso satélite natural. Essa pluma concentrou diversos materiais produtores de calor no lado visível da Lua, o oposto ao impacto. O resultado foi uma intensificação na atividade vulcânica naquele polo.
ARTIGO ScienceAdvances: DOI: 10.1126/sciadv.abm8475
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