As galáxias são uma das estruturas mais fascinantes de todo o universo. São conglomerados gigantescos de corpos celestes ligados gravitacionalmente. Mas como será que elas se formam? Essa é uma pergunta que ainda intriga os astrofísicos em todo o mundo.
Estimativas apontam que existem, no mínimo, 200 bilhões delas no universo. Mas tem quem pense que esse número é modesto, e pode haver até 10 vezes mais. Não sabemos a quantidade exata, mas já conhecemos milhões delas.
A galáxia onde vivemos se chama Via Láctea (Fonte: Wikimedia Commons/Pablo Carlos Budassi)Fonte: Wikimedia
Isso porque são relativamente fáceis de serem observadas. A quantidade de energia que esses sistemas emitem é tão grande que chega até nós mesmo nas maiores distâncias. Uma delas, inclusive, é o objeto astronômico mais distante que conhecemos. Se chama GN-z11 e está a 32 bilhões de anos-luz daqui.
Quando você olha para o céu à noite, pode estar vendo um monte delas. É que vistas daqui, podem parecer um pontinho único brilhante e as confundimos com estrelas. Mas olhando melhor, com um telescópio, por exemplo, é possível ver além das aparências.
A origem das galáxias pode estar ligada a do próprio universo. Após o Big Bang, o espaço era composto apenas por átomos de hidrogênio e hélio. Observações feitas pelo Hubble apontam que em apenas 1 bilhão de anos depois já haviam conglomerados de corpos celestes.
Como surgiram as galáxias?
Existem duas teorias principais sobre a formação delas. Segundo a primeira, as galáxias nasceram depois que as estrelas primitivas surgiram dos dois elementos químicos originais e colapsaram sob sua própria ação gravitacional.
Já a segunda, que está ganhando muita atenção ultimamente, afirma que o universo jovem já possuía pequenos "grumos" de matéria aglomerada que, com o tempo, ganharam massa e evoluíram para formar galáxias.
As galáxias são alguns dos objetos mais antigos do universo (Fonte: Wikimedia Commons/ESO)Fonte: Wikimedia
O Telescópio Hubble foi capaz de fotografar esses supostos conjuntos menores de objetos espaciais, dando força à teoria.
Até o início do século XX, pensava-se que tudo que existia no universo estava dentro de nossa própria galáxia. Mas alguns astrônomos criaram hipóteses de que poderia haver mais além daqui.
Eles apontaram para bolhas espiraladas no céu e as chamou de universos insulares. Até então acreditava-se que eram formadas de poeira e gás, mas em 1924 Edwin Hubble identificou conjuntos de pulsares que estavam além da distância que a Via Láctea alcançava.
Quais os tipos de galáxias?
Hoje, já conhecemos milhões delas, e podemos categorizá-las segundo suas características. Em geral o formato de uma diz bastante sobre ela, então é o primeiro fator que tomamos em conta. Existem dois grupos principais.
As galáxias elípticas, como o nome indica, tem um formato elipsoidal, sem braços espirais. Por isso, elas têm uma distribuição mais homogênea nas três direções do espaço, sem uma estrutura rígidamente organizada.
A galáxia NGC 1316 é do tipo elíptica (Fonte: Wikimedia Commons/NASA)Fonte: Wikimedia
O formato delas varia. Algumas são quase esféricas e outras são muito alongadas. Elas costumam ter menos gás e poeiras, e estrelas mais velhas, que, por sua vez, podem ter órbitas mais aleatórias.
Alguns astrônomos acreditam que as elípticas são, na verdade, formadas a partir da colisão de duas (ou mais) galáxias espiraladas. Esse segundo tipo é o das com braços, como a nossa, que circulam em torno do seu centro.
Ele representa a maioria das galáxias conhecidas por nós. O formato delas é causado por um movimento de translação de todo o gás e poeira que elas contêm a velocidades de centenas de quilômetros por segundo, em torno do centro delas.
A galáxia NGC 1300, do tipo espiral barrada (Fonte: Wikimedia Commons/NASA)Fonte: Wikimedia
Todas elas possuem dois braços, que podem ser mais ou menos apertados em volta do núcleo. Algumas também podem ser barradas, isto é, possuem uma faixa linear de estrelas em seu centro. Esse é o caso da nossa.
Geralmente quanto mais próximo ao centro, mais velhas as estrelas. Já nos braços é onde estão concentradas as regiões de formação estelar.
O núcleo dessas galáxias é formado por estrelas muito antigas e bem próximas entre si. Além disso, costumam ter um ou mais buracos negros que podem ser muito grandes e massivos em alguns casos.
Uma galáxia irregular, em forma de anel, chamada Objeto do Hoag (Fonte: Wikimedia Commons/NASA)Fonte: Wikimedia
Mais impressionante ainda são aquelas que possuem um quasar em seu centro. Esses objetos são o resultado de um buraco negro supermassivo, capaz de liberar quantidades imensas de energia — as maiores de todo universo.
O restante das galáxias, ou seja, aquelas que não são elípticas ou espiraladas, são agrupadas sob o título de irregulares ou peculiares. Elas ocorrem nos mais variados formatos e estruturas, e são interessantíssimas.
Uma delas é a galáxia em anel, que consiste em um grupo de estrelas que circunda um núcleo vazio. Acredita-se que elas são formadas pela passagem de uma galáxia-anã pelo núcleo de uma espiralada maior que a desestabiliza.
A Grande e Pequena Nuvem de Magalhães, que podem ser vistas a olho nu, são galáxias (Fonte: Wikimedia Commons/ESO)Fonte: Wikimedia
Outro tipo curioso é o das galáxias lenticulares. Elas estão no meio termo entre elípticas e espiraladas: são formadas por discos muito alongados, mas que não chegam a formar braços. Em geral possuem poucas estrelas jovens.
Existem ainda as do tipo anãs e satélites. Ou seja, agrupamentos menores, ou que acompanham galáxias maiores. Só a Via Láctea tem mais de 50 delas. Duas são visíveis à noite, e conhecidas desde a antiguidade. São a Pequena e Grande Nuvem de Magalhães.
Galáxias são objetos estelares fascinantes que encantam o ser humano desde os primórdios do tempo. No último século avançamos muito nos estudos e aprendemos mais sobre elas, e ainda assim há muito que se descobrir no nosso céu.
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