Cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) desenvolveram bactérias geneticamente modificadas e controladas por som capazes de procurar e destruir células cancerígenas. O artigo que descreve a pesquisa foi publicado na revista Nature Communications no dia 24 de março.
Como funciona o novo tratamento contra o câncer
Uma cepa especializada da bactéria Escherichia coli (E. coli) é injetada na corrente sanguínea do paciente e se espalha pelo corpo. O sistema imunológico então destrói o invasor, exceto pelas bactérias que colonizaram tumores cancerígenos – pois são feitos de células imunossuprimidas. Depois, as bactérias são acionadas para produzir drogas anticâncer por meio de pulsos de ultrassom.
Ilustração mostra representação de uma bactériaFonte: Shutterstock
O trabalho, liderado pelo professor de engenharia química e investigador do Howard Hughes Medical Institute, Mikhail Shapiro, começou com a pesquisa da cepa de E. coli Nissle 1917, que é aprovada para uso médico em humanos.
O cientista e seu time projetaram as bactérias com dois novos conjuntos de genes - um que produz nanocorpos e outro que os ativa, como um interruptor térmico que só funciona em uma temperatura específica regulada via ultrassom focalizado (FUS): de 42 a 43 graus Celsius. Os nanocorpos desligam os sinais que um tumor usa para impedir a resposta antitumoral do sistema imunológico, então sua presença passa a permitir que os anticorpos do paciente ataquem o tumor.
Testes em laboratório
A equipe da pesquisa injetou células bacterianas em camundongos de laboratório afetados por tumores. Nos testes, os camundongos mostraram um crescimento tumoral muito mais lento do que os que foram tratados apenas com ultrassom, ou dos grupos controle tratados apenas com a bactéria e os que não foram tratados.
Mas alguns dos tumores em camundongos não diminuíram. A equipe considera o resultado muito promissor mas, "como em qualquer nova tecnologia, há algumas coisas a serem otimizadas", declarou o professor Shapiro em comunicado da instituição.
Artigo: Nature Communications - https://www.nature.com/articles/s41467-022-29065-2.
Fontes