Em sua jornada pelos confins gelados do nosso sistema solar, a espaçonave New Horizons enviou à Terra imagens e dados da composição de Plutão, revelando um conjunto de vulcões de gelo em forma de cúpula. Essas estruturas geológicas, consideradas diferentes de qualquer coisa observada em nosso conjunto planetário pelos cientistas, podem estar ainda em atividade.
De acordo com a agência Reuters, pesquisadores afirmaram na terça-feira (29) que esses dez ou mais criovulcões ficam restritos a uma pequena região, formando “montes gigantes e largos” de um a sete quilômetros de altura. Se as teorias estiverem corretas, os vulcões do planeta anão expelem grandes quantidades de água congelada que, segundo os cientistas, têm a consistência de pasta de dente.
Fonte: Singer et al./Nature Communications/Divulgação.Fonte: Singer et al.
Plutão é mais geologicamente vivo do que se pensava
Já considerado um dos planetas do sistema solar, Plutão é menor do que a nossa lua, com diâmetro de apenas 2,38 mil km, e orbita a cerca de 5,8 bilhões de km do Sol, o que é 40 vezes mais distante do que a órbita terrestre. Essas características incomuns da superfície do planeta anão foram detectadas pela espaçonave New Horizons, que sobrevoou o local em julho de 2015, fornecendo as primeiras imagens em close-up do pequeno corpo celeste.
A confirmação da existência de vulcões pelos pesquisadores sugere que o núcleo rochoso de Plutão é bem mais quente do que se presumia. Segundo a pesquisa, isso pode estar ocorrendo porque a energia térmica liberada pelo decaimento radioativo de determinados elementos pode ter ficado retida em alguma camada, e liberações periódicas causem essas erupções vulcânicas.
De acordo com a principal autora do estudo, a cientista planetária Kelsi Singer, do Southwest Research Institute em Boulder, nos Estados Unidos, "encontrar essas características indica que Plutão é mais ativo, ou geologicamente vivo, do que pensávamos anteriormente”. O artigo foi publicado nesta terça-feira (29), na revista Nature Communications.
ARTIGO: Nature Communications - DOI: 10.1038/s41467-022-29056-3.
Fontes
Categorias