A NASA (agência espacial dos Estados Unidos) confirmou a existência de mais de 5 mil exoplanetas — planetas que estão além do nosso Sistema Solar. O número representa a jornada de mais de 30 anos da atividade de telescópios que fornecem dados sobre corpos em órbita de outras estrelas, ou de centros galácticos, para caracterizar suas propriedades e identificar locais distantes que possam abrigar vida.
Observatório Mauna Kea, no HavaíFonte: Shutterstock
A agência espacial disponibilizou em seu site um catálogo com todos os registros, base alimentada por descobertas que também aparecem em artigos científicos — revisados através de vários métodos de detecção ou por técnicas analíticas. Tal acervo mostra 5.005 casos confirmados, enquanto que 8.709 são candidatos que aguardam mais dados, situados em 3.759 sistemas planetários.
De todos esses exoplanetas, 4% são mundos pequenos rochosos como a Terra; 30% são gigantes gasosos do tamanho de Saturno ou Júpiter (maior planeta do nosso sistema), ou até mesmo maiores e mais quentes do que algumas estrelas; 31% são Superterras, nomenclatura em referência a um corpo de tamanho muito maior do que o da Terra; e 35% semelhantes ao tamanho de Netuno e Urano, podendo ser gigantes de gelo ou muito mais quentes — casos raros.
O primeiro exoplaneta foi revelado em 1995 por Alexander Wolszczan, hoje professor da Universidade da Pensilvânia. Em comunicado oficial da NASA, o cientista diz que a atual era de descobertas impulsionadas pelo avanço tecnológico permitirá muitas outras conquistas, além de simplesmente adicionar novos planetas à lista. “Na minha opinião, é inevitável que encontremos algum tipo de vida em algum lugar – provavelmente primitiva”, comentou.
Apesar de a contagem poder surpreender, esse marco representa uma fração das prováveis centenas de bilhões de exoplanetas presentes somente na Via Láctea. Além dos atuais telescópios responsáveis por descobertas de novos exoplanetas, em breve, aparelhos e instrumentos mais poderosos devem trazer ainda mais avanços na área.
Como exemplos estão o recém-lançado Telescópio Espacial James Webb e o espectrógrafo astronômico NEID — um dos mais precisos na detecção das mais sensíveis atrações gravitacionais de um corpo em sua estrela hospedeira. Em conjunto com o vindouro telescópio Nancy Grace Roman, cujas operações estão previstas para 2027, e com a missão ARIEL, da agência espacial europeia (ESA), os instrumentos também devem ser capazes de captar indicadores de condições habitáveis.
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