No mês de fevereiro, após mais de cinco anos sem casos de poliomielite na África, autoridades de sanitárias do Malawi declararam surto do poliovírus tipo 1. Erradicada no Brasil, a pólio pode voltar a circular no país devido a baixa procura vacinal.
O vírus identificado no Malawi pertence à mesma cepa encontrada na província de Sindh, no Paquistão. Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS na África, alerta que “enquanto a pólio selvagem existir, todos os países continuam sob risco de importá-la”. Apesar de erradicada em grade parte do mundo, a doença ainda é endêmica no Paquistão e no Afeganistão.
A poliomielite é uma doença infectocontagiosa causada por um vírus que reside no intestino, sendo a principal causa de paralisia infantil. No Brasil a doença foi considerada erradicada em 1994, graças às campanhas vacinais.
Vírus da pólio é uma das principais causas da paralisia infantil (foto: Shutterstock)Fonte: Shutterstock
A imunização é realizada através da oferta de dois tipos de vacina. A primeira é ofertada na rotina vacinal do bebê, com solução injetável que utiliza o vírus inativado. As doses são realizadas aos dois, quatro e seis meses de idade. A segunda é um reforço realizado aos quatro anos, com imunizante oral que utiliza o vírus atenuado.
Com cobertura vacinal em baixa desde 2016, e índices de procura ainda menores em decorrência da pandemia, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) faz alerta para que as pessoas completem o cronograma vacinal das crianças, evitando que esta doença retorne a ser um problema no país. Também faz recomendações para que se fortaleça o sistema de vigilância, para que casos suspeitos possam ser rapidamente identificados.
Somente com o aumento da imunização das crianças, a pólio não será um problema para o Brasil.
Em mais uma demonstração do avanço do vírus, na segunda-feira (7) foi registrado um caso de pólio em Israel, país que há três décadas não via um caso da doença. A criança infectada tem 4 anos de idade e não estava vacinada, segundo a imprensa israelense.
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