Foram encontradas evidências da existência de um planeta até então desconhecido em torno de Proxima Centauri. Essa é a estrela mais próxima de nós, depois do Sol, e o novo mundo é o terceiro identificado ao redor dela.
A descoberta foi feita desde o Observatório Europeu do Sul (ESO) no Chile, com o auxílio do Very Large Telescope (VLT). Com apenas um quarto da massa da Terra, o planeta é também um dos mais leves já descobertos até hoje.
O novo planeta foi batizado de Proxima d, em referência à estrela que orbita, na constelação de Centauro. Pela sua proximidade de pouco mais de 4 anos-luz, nossa vizinha é propícia para fazer investigações sobre outros objetos celestes do universo.
Nesse sistema solar já haviam sido descobertos dois planetas. Um deles, Proxima b, tem massa comparável à da Terra e um tempo de rotação de apenas 11 dias terrestres. Já o outro, Proxima c, leva cinco anos para rodear sua estrela.
Já o novo membro da família está a uma distância de quatro milhões de quilômetros de seu sol. Isso o coloca na zona chamada de "Cachinhos Dourados", onde poderia existir água líquida na superfície. Essa é uma característica importante para pesquisadores interessados em encontrar vida alienígena.
Primeiras evidências
A primeira evidência de Proxima d foi vista quando o primeiro de seus irmãos estava sendo investigado, ainda em 2020. Desde então os cientistas buscavam mais dados que confirmassem a natureza planetária como fonte do sinal fraco que detectaram.
O instrumento ESPRESSO (Espectrógrafo Echelle para Observações Espectroscópicas Estáveis e de Exoplanetas Rochosos) foi então apontado para nossa estrela vizinha e foi confirmada a existência desse pequeno mundo em torno dela.
“Fiquei muito entusiasmado com o desafio de detectar um sinal tão fraco e descobrir um exoplaneta tão perto da Terra,” diz João Faria, investigador no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, Porto, Portugal, e líder do estudo.
Método das velocidades radiais
Proxima d é o exoplaneta mais leve descoberto com o método das velocidades radiais. A descoberta ultrapassou o recorde anterior, de um planeta descoberto no sistema planetário L 98-59.
O resultado é importante porque mostra a robustez da técnica. Ela tem o potencial de revelar muitos outros exoplanetas desconhecidos pela nossa galáxia e talvez até mais além. Isso é importante porque astrônomos acreditam que planetas rochosos sejam a maioria no universo.
A técnica usada capta as oscilações do movimento de uma estrela causada pelo campo gravitacional de seus planetas. O problema é que quanto menor o planeta, menor esse efeito. Em Proxima Centauri, o deslocamento causado por Proxima d é de apenas 1,44 km por hora.
A inauguração de equipamentos cada vez mais modernos, como o Extremely Large Telescope (ELT) do ESO, em construção no deserto do Atacama, irá expandir ainda mais o poder dessa técnica. E pode ser a chave que falta para descobrir se estamos sozinhos ou não por aqui.
ARTIGO Astronomy & Astrophysics: doi.org/10.1051/0004-6361/202142337
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