Depois de lançar com enorme sucesso sua máscara facial futurista Zephyr, com aspecto Cyperpunk e esterilização automática em outubro de 2021, a Razer acabou fazendo uma publicidade negativa do produto, ao admitir, após o lançamento da Zephyr Pro na CES 2022, que a máscara não possui certificação oficial de proteção contra vírus ou bactérias. Ou seja, embora custe US$ 100 (R$ 560), ela não é uma máscara no padrão N95 e, por causa disso, não tem eficiência garantida de proteção contra covid-19.
Não é como se a Razer tivesse, de repente, resolvido explicar melhor o seu produto. Todas as publicidades anteriores do produto faziam menções explícitas ao padrão N95 de máscaras (que filtra 95% das partículas s de até 0,3µ) para descrever a “eficácia” dos seus filtros substituíveis. Referindo-se a eles nas novas peças publicitárias como “filtros de purificação de ar”, a empresa omite que a máscara em si não bloqueia as micropartículas.
O que diz a Razer?
We've taken feedback and guidance from regulatory agencies to establish our testing protocols for the Razer Zephyr and Razer Zephyr Pro. Review the test results and learn more about how we've designed the wearable air purifier*: https://t.co/a64JBKiaOe pic.twitter.com/IunXhc4fkS
— R ? Z ? R (@Razer) January 8, 2022
Percebendo a enrascada em que pode ter se metido, principalmente porque o produto não é certificado pelas agências reguladoras FDA e NIOSH, a Razer publicou no sábado (8) em seu blog um artigo com o nome “A ciência por trás do Razer Zephyr", que mostra os resultados de todos os testes pelos quais a máscara passou, antes de ser lançada no mercado. Na segunda-feira (10), a empresa atualizou o post, afirmando que as máscaras "não são N95 certificadas".
Na mesma publicação, a empresa também descreve o produto como um "purificador de ar" vestível. "A Razer Zephyr e o Zephyr Pro não são dispositivos médicos, respiradores, máscaras cirúrgicas ou equipamentos de proteção individual (EPI) e não devem ser usados em ambientes médicos ou clínicos", ressalta a empresa.
Acusações de fraude
Segundo o The Verge, a Razer só apagou todas as referências aos supostos "filtros de grau N95" das descrições dos produtos Zephyr anunciados recentemente depois que a youtuber Naomi Wu postou uma desmontagem da Zephyr em novembro de 2021, e acusou a fabricante de promoção de “produto fraudulento”.
??@Razer has contacted me and told me they plan to remove N95 marketing from the Zephyr website.
Sorry but no- it's past that.
Media outlets have labeled it an N95 mask, immune-compromised individuals and healthcare workers all over social media are calling it an N95 mask.
1/9 https://t.co/hUJLvIAuQ5
— Naomi Wu ???? (@RealSexyCyborg) January 10, 2022
Posicionamento da Razer
Em um comunicado enviado ao TecMundo, a Razer Brasil comentou oficialmente sobre o caso. Confira a posição da companhia sobre a polêmica.
"A Razer esclarece que, embora os filtros usados na máscara inteligente purificadora de ar Razer Zephyr sejam testados com 95% de Eficiência de Filtração de Partículas (PFE) e 99% de Eficiência de Filtração Bacteriana (BFE), assim como mostram as informações do site e documentação do produto, o dispositivo vestível por si só não é um equipamento médico e nem é certificado como uma máscara N95."
"Para evitar qualquer confusão, estamos removendo todas as referências ao “Filtro de nível N95” de nosso material de marketing. Em breve, também entraremos em contato diretamente com os clientes para esclarecimento de quaisquer dúvidas. Os clientes com outras perguntas sobre a máscara inteligente purificadora de ar Razer Zephyr podem entrar em contato com nosso serviço de atendimento ao cliente por meio do site rzr.to/suporte."
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