Este texto foi atualizado às 14:10 do dia 13 de janeiro de 2022.
Você se lembra da cantora Susan Boyle? Conhece o trabalho de Anthony Hopkins, o vencedor do último Oscar de Melhor Ator? Está ligado nos projetos dos empresários Bill Gates e Elon Musk? E você sabe o que todas essas pessoas têm em comum? Eles vivem com a Síndrome de Asperger, uma condição neuropsicológica que está enquadrada dentro do transtorno do espectro autista.
Desde janeiro de 2022, a Síndrome de Asperger está incluída no diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro do Autismo), de acordo com a CID (Classificação Internacional de Doença), definida pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Em linhas gerais, pessoas que nascem com essa síndrome podem ter algum tipo de problema no desenvolvimento de suas interações sociais, apresentando também comportamentos repetitivos. Comumente, esses indivíduos também acabam se interessando por alguma atividade específica, que terão prazer em se aprofundar ao longo da vida.
A Síndrome de Asperger pode ser diagnosticada ainda na infância, tendo em vista que os primeiros sinais costumam se manifestar nesta fase da vida. (Fonte: Markus Spiske/Unsplash/Reprodução)Fonte: Markus Spiske/Unsplash
Muitas séries e filmes abordaram o autismo e seus espectros para desmistificar algumas questões diante do público. É o caso de Touch, da Fox, Young Sheldon, da CBS, e também Atypical, da Netflix. No Brasil, são diagnosticados mais de 150 mil casos da Síndrome de Asperger por ano, sendo considerado um transtorno bastante comum no País.
O que é a Síndrome de Asperger?
Tratando-se de uma condição neuropsicológica, essa síndrome afeta o desenvolvimento dos indivíduos diante de algumas áreas essenciais da vida, como a comunicação, por exemplo. Pessoas com Asperger costumam enxergar, sentir, ouvir e perceber o mundo de modos diferentes às outras pessoas, pois seu cérebro funciona de outra maneira.
Por não ser considerada doença, esse quadro não apresenta cura. No entanto, existem tratamentos que amenizam certos malefícios ligados a essa condição para assegurar que a rotina dos indivíduos siga sem grandes problemas.
O primeiro médico psiquiatra a escrever sobre o assunto foi justamente Johann Friedrich Karl Asperger, também conhecido como Hans Asperger.
Sendo assim, seu nome está ligado a essa condição também por conta de suas pesquisas com crianças que apresentavam diversas limitações para compreender particularidades em outras pessoas, o que também incluíam sentimentos. Contudo, existem controvérsias sobre essa figura, sobretudo pelo trabalho desenvolvido por historiadores que descobriram a ligação de Hans com o regime nazista.
Quais são as principais características?
Em resumo, a principal característica ligada à Síndrome de Asperger se dá pela dificuldade em se relacionar com outras pessoas e a dificuldade em se comunicar com elas. E mesmo sendo comum, ainda existem muitas dúvidas com relação a como são as pessoas nesta condição.
Por terem uma vivência bastante diferenciada, tendo em vista que compreendem o universo de outra forma, indivíduos enquadrados nesse espectro podem apresentar ansiedade crônica, tendo fácil descontrole emocional e uma paciência bastante curta.
Pessoas com Síndrome de Asperger podem necessitar de rotinas organizadas e se entretêm facilmente com um único assunto ou objeto por um longo período. (Fonte: Kelly Sikkema/Unsplash/Reprodução)Fonte: Kelly Sikkema/Unsplash
Além disso, desde a infância, é interessante observar como as crianças interagem para saber se, eventualmente, elas apresentem alguma dificuldade social. O diagnóstico dessa condição é bastante amplo e necessita de uma equipe multidisciplinar para avaliar com precisão todos os pontos de Asperger. Inclusive, essa equipe pode contar com psicólogos, psiquiatras, pedagogos, fonoaudiólogos, pediatras, entre outros.
A avaliação é bastante rigorosa, principalmente porque as características principais da síndrome podem também indicar outros problemas comportamentais, influenciando aspectos gerais da saúde do indivíduo em questão. Uma vez que há uma confirmação do diagnóstico, é possível realizar um tratamento que visa a qualidade de vida e bem-estar da pessoa, que pode ser mais bem compreendida e acolhida por uma comunidade responsável.
Entenda como acontece o tratamento
Por apresentarem um pensamento bastante lógico e racional, pessoas nessa condição podem precisar de apoio emocional, tendo em vista que essa área não é tão desenvolvida, o que dificulta as interações sociais. Sendo assim, obrigá-las a desenvolverem laços afetivos pode ser uma tortura, principalmente porque pessoas com a Síndrome de Asperger, vale lembrar, visualizam o mundo sob outra perspectiva.
Apesar de parecerem insensíveis e não entenderem conceitos abstratos ou sarcasmos, esses indivíduos são muito inteligentes e têm grande esperteza para diversas áreas da vida. Sendo assim, para promover seu bem-estar, é fundamental compreender aquilo que mais o atrai, possibilitando o investimento nesse quesito.
É importante acompanhar todos os sinais que as crianças fornecem aos adultos para saber se há algum problema em seu desenvolvimento. (Fonte: Caleb Woods/Unsplash/Reprodução)Fonte: Caleb Woods/Unsplash
Desde a infância, se houver um acompanhamento com profissionais especializados em áreas específicas, como psicologia e fonoaudiologia, durante o amadurecimento poderá haver um estímulo maior às interações sociais, o que acaba sendo benéfico em várias circunstâncias.
É importante destacar que não existem remédios para o “combate” à Síndrome de Asperger. Caso algum medicamento seja receitado a algum paciente com essa condição, talvez seja necessário verificar sua aplicação, que pode indicar controle para ansiedade ou déficit de atenção.
Gostou das informações? Agora você já sabe, basicamente, o que é a Síndrome de Asperger. Não se esqueça de compartilhar tudo com seus conhecidos!
Fontes