*Este texto foi escrito por um colunista do TecMundo; saiba mais no final.
Os avanços na ciência são esperados e aclamados em todo o mundo. A criação de novos robôs é frequentemente lembrada quando se pensa no futuro, e a área causa fascínio em muitos cientistas. Recentemente, os cientistas Kyunam Kim, Patrick Spieler, Elena-Sorina Lupo, Alireza Ramezani e Soon-Jo Chung apresentaram um projeto de uma plataforma robótica de locomoção multimodal chamado Leonardo.
O diferencial da novidade está no fato de que, enquanto muitos robôs móveis se especializam em locomoção terrestre ou aérea, “Leo” preenche a lacuna entre dois regimes de locomoção diferentes: o de voar e o de andar usando o controle sincronizado de propulsores elétricos distribuídos e um par de pernas multiarticulares.
Por isso, o robô realiza manobras complexas que exigem um equilíbrio delicado, como caminhar em um slackline e andar de skate, que são um desafio para os robôs bípedes já existentes. Leonardo também demonstra movimentos de caminhada ágeis, entrelaçados com manobras de voo para superar obstáculos usando controle sincronizado de hélices e articulações das pernas. O projeto mecânico e a estratégia de controle sincronizado alcançam uma capacidade única de locomoção multimodal que pode permitir missões e operações robóticas que seriam difíceis para robôs de locomoção monomodais.
Os robôs bípedes, em particular, têm atraído grande atenção não apenas por causa de suas formas de corpo semelhante ao humano, mas também porque podem realizar caminhadas, corridas e pulos robustos e versáteis em terrenos irregulares. Alguns robôs humanoides avançados podem até mesmo executar tarefas de alto nível, como manipulação de objetos, subir escadas ou dirigir um veículo. No entanto, o objetivo final da robótica bípede é alcançar estabilidade e robustez semelhantes às humanas em suas manobras de caminhada e corrida em um terreno desafiador ou em um ambiente interno complexo.
Leo pesa 2,58 kg e tem uma altura total de 75 cm ao caminhar. O robô é composto por três subsistemas principais, um torso, um sistema de propulsão da hélice e duas pernas com pés pontiagudos. Além disso, Leonardo pode operar de forma completamente autônoma com seus computadores de bordo e conjunto de sensores. A velocidade nominal de caminhada é de 20 cm/s, e sua velocidade geral no solo pode aumentar substancialmente usando o voo intermitente perto do solo. O projeto representa um grande avanço para a robótica mundial e parece ser o primeiro passo para um futuro muito mais tecnológico.
Fabiano de Abreu Rodrigues, colunista do TecMundo, é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Neurociências e Psicologia, com especialização em Propriedades Elétricas dos Neurônios (Harvard), programação em Python na USP e em Inteligência Artificial na IBM. Ele é membro da Mensa International, a associação de pessoas mais inteligentes do mundo, da Sociedade Portuguesa e Brasileira de Neurociência e da Federação Europeia de Neurociência. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), IPI Intel Technology e considerado um dos principais cientistas nacionais para estudos de inteligência e alto QI.