O Brasil passou a marca de 600 mil mortes causadas pela covid-19 nesta sexta-feira (8), segundo dados do consórcio de imprensa que reúne alguns dos principais veículos do país. O Brasil é o segundo no mundo em número absoluto de mortes, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que já superou a marca de 700 mil óbitos.
Dados do Ministério da Saúde da quinta-feira (7) apontavam um total de 599.810 mortos pela doença.
Ao todo, mais de 20 milhões de pessoas foram infectadas pelo coronavírus SARS-CoV-2 no país, mas os números de mortes e casos registrados oficialmente provavelmente não refletem fielmente a realidade, uma vez que várias pessoas que se infectam com o vírus ficam sem sintomas e não passam por testes.
Como a covid-19 é uma doença sistêmica, que ataca várias partes do corpo ao mesmo tempo nos casos mais graves, muitos pacientes podem morrer sem que o diagnóstico da covid-19 chegue a tempo.
Profissionais da saúde trabalham em hospital especializado no atendimento de covid-19 no Rio de Janeiro (Ale Silva/Shutterstock)
Com vacinação adiantada, os números de novos casos e mortes vêm caindo a cada semana, e este é um dos melhores momentos da pandemia no país desde que o primeiro caso da doença foi registrado, em fevereiro de 2020.
Nos últimos sete dias, a média de mortes por dia ficou em cerca de 440; o país já chegou a registrar mais de 4 mil mortes em um único dia.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 245 milhões de doses das vacinas aprovadas contra a covid-19 já foram aplicadas no país. Atualmente, quatro imunizantes de fabricantes diferentes são usados na campanha de imunização brasileira, todos com registro concedido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que revisou os dados de eficácia e segurança dos produtos.
Ainda assim, o Brasil tem menos de 50% da população completamente vacinada, número bem abaixo do mínimo de 70% que os especialistas estimam ser uma boa porcentagem de imunizados para controlar a doença.
Nenhuma das vacinas usadas no país tem status de imunizante experimental, e a população que recebe o imunizante não pode ser considerada cobaia. Todas as vacinas usadas passaram pelas três fases de testes clínicos exigidas nos melhores estudos da área médica, o chamado padrão-ouro de pesquisa.
O que acontece agora é um monitoramento de eficácia e efeitos colaterais. Como qualquer medicamento e tratamento médico, as vacinas podem gerar reações esperadas que não oferecem riscos à população.
Vacinação contra a covid-19 em Londrina, no Paraná (créditos: Isaac Fontana/Shutterstock)
As vacinas são muito eficazes para prevenir a doença grave e as mortes (como os números comprovam), mas não oferecem 100% de proteção. Assim, os especialistas recomendam que o uso de máscara e o distanciamento físico permaneça até que a circulação do vírus seja controlada.
A marca de 600 mil mortes chega em meio aos últimos dias da CPI da Covid, uma comissão parlamentar que investiga as ações do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução do país durante a pandemia.
Entre os fatos já revelados pela comissão, está a existência de um gabinete paralelo ao Ministério da Saúde que dava conselhos sem base científica ao governo federal, e ainda tentativas de corrupção na compra das vacinas.
O futuro da covid-19
Ainda não se sabe se o SARS-CoV-2 pode ser completamente eliminado, mas os dados da vacinação já permitem dizer que a doença pode ser controlada, e um retorno à vida pré-pandemia, com algumas adaptações, é possível.
Isso depende, no entanto, que mais pessoas sejam vacinadas. É possível ainda que a vacinação contra a covid-19 aconteça periodicamente, como acontece hoje com as vacinas contra a gripe, distribuídas todos os anos.
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