Aos domingos, o TecMundo reúne as principais notícias de saúde da semana em um só lugar.
Nesta semana, vamos falar sobre a covid longa, um novo remédio que promete evitar mortes por covid-19 e um estudo sobre uso de maconha para tratar a dor crônica.
O vírus
Notícias da pandemia
A covid que não vai embora
A covid-19 é uma doença nova, que surgiu há menos de dois anos, e muitas de suas características ainda são desconhecidas. Desde o ano passado, médicos e cientistas alertam para o que ficou conhecido como “covid longa” — uma série de sintomas que permanecem nos doentes de covid por meses, mesmo muito tempo depois de o vírus deixar o corpo do paciente.
Dificuldades para respirar, fadiga, dores e perda de memória são alguns dos sintomas já registrados em pacientes com a covid longa. Especialistas afirmam que é necessário um acompanhamento com uma equipe de saúde multidisciplinar para tratar a condição, evitar piora e melhorar a qualidade de vida.
Dificuldades para respirar é um dos sintomas mais frequentes da covid longa (créditos: Twinsterphoto/Shutterstock)
Segundo um novo estudo publicado nesta semana na revista científica Plos Medicine, quase 60% dos pacientes de covid-19 têm um ou mais sintomas de covid-longa depois de seis meses do início da infecção — o que mostra que o sistema de saúde e a sociedade devem estar preparados para amparar um contingente grande de pessoas que ficaram com alguma sequela da doença.
O estudo foi realizado por cientistas da Universidade de Oxford com dados de quase 300 mil pacientes de covid-19.
Como saber se estou com covid-19?
O teste do tipo PCR (o desagradável, que envolve uma haste no nariz para retirada de secreção) ainda é a maneira mais confiável para saber se alguém está ou não com uma infecção aguda pelo coronavírus SARS-CoV-2.
Homem faz teste de covid-19 (créditos: zstock/Shutterstock)
Mas muitos lugares no mundo enfrentam escassez de testes do tipo, e assim torna-se necessário otimizar o uso dos exames. Pensando nisso, um grupo de cientistas agrupou sete sintomas que, quando manifestados juntos no paciente, indicam fortemente que a covid-19 está em curso.
Segundo os pesquisadores, se o paciente experimenta perda ou alteração do olfato, perda ou alteração do paladar, febre, tosse persistente, calafrios, perda de apetite e dores musculares, tudo ao mesmo tempo, há 77% de chances de estar com a doença.
O artigo com os resultados também foi publicado nesta semana na revista científica Plos Medicine.
Remédio promissor
Ao contrário do que muitos divulgam por aí, não há nenhum comprimido para tratar a covid-19, nem a famosa hidroxicloroquina. Mas em breve isso pode se tornar realidade!
As farmacêuticas MSD e Ridgeback Biotherapeutics anunciaram na sexta-feira (1º) que o remédio oral desenvolvido pela parceria, o molnupiravir, conseguiu evitar quase 50% das mortes por covid-19 em um estudo realizado com mais de 700 pacientes com casos leves a moderados da doença.
Atualmente, a vacinação, o uso de máscara e o distanciamento físico são eficazes para evitar mortes e casos graves (que precisam de internação), mas não oferecem 100% de proteção - como ocorre com qualquer outra medida preventiva e vacina.
Nos casos mais graves, os médicos podem lançar mão de antibióticos (para os casos em que há uma infecção bacteriana associada), ventilação mecânica e até alguns antivirais recém-aprovados para uso em ambiente hospitalar, mas esses medicamentos são ainda muito caros.
Um comprimido capaz de evitar agravamento e morte causada pelo coronavírus pode ser mais uma arma para, finalmente, colocarmos um fim à pandemia.
Maconha para dor crônica
O canabidiol (CBD), um composto extraído da maconha que não possui efeito psicoativo, pode auxiliar no tratamento da dor crônica.
O resultado vem do campus de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). Testes de laboratório em animais revelaram que a substância, além de reduzir dores crônicas, atua em comorbidades associadas, como a ansiedade.
Cientista analisa folhas de maconha em plantação (créditos: MexChriss/Shutterstock)
O artigo foi publicado na revista Neuropharmacology e o próximo passo do estudo é realizar testes clínicos (em humanos) para confirmar os resultados.
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