Como acontece todos os anos durante a primavera no Hemisfério Sul, o buraco na camada de ozônio sobre a Antártica atingiu o seu ponto máximo de tamanho. Só que neste ano o tamanho da área onde o ozônio está abaixo de 200 unidades Dobson (DUs) atingiu uma proporção muito maior que a de costume, já superando a área total do próprio continente gelado.
Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), embora o buraco deste ano se pareça com o de 2020, que foi “um dos maiores e mais profundos dos últimos anos”, ele é “superior a 75% dos buracos na camada de ozônio nesse estágio da estação desde 1979”. Como a aferição do tamanho do buraco é sazonal, ele pode variar em função de diversos fatores, principalmente pela influência dos ventos conhecidos como vórtice polar, que circundam a Antártica.
A frágil camada de gás ozônio (O3) que envolve o planeta Terra atua como uma espécie de filtro que protege animais, plantas e seres humanos da perigosa radiação ultravioleta (UV) emitida pelo Sol. Anualmente, assim que o Hemisfério Sul entra na primavera, a espessura da camada, que normalmente é de 275 DUs, o equivalente a 2,75 mm, se reduz drasticamente em função dos produtos químicos produzidos pela ação humana.
A recuperação da camada de ozônio
Fonte: studio023/Getty Images/ReproduçãoFonte: studio023/Getty Images
Essa rarefação na espessura da camada de ozônio, ocorrida na primavera do Hemisfério Sul entre os meses de agosto e outubro, se reverte à medida que a temperatura da atmosfera aumenta, culminando com a normalização total dos níveis do gás em dezembro. Para os observadores do Copernicus, a camada tem se recuperado lentamente nos últimos anos devido ao banimento dos clorofluorcarbonetos (os CFCs), presentes em aerossóis.
A eliminação desses gases ocorreu a partir da assinatura do chamado Protocolo de Montreal em 1987, após consenso de governos do mundo inteiro. Embora a recuperação do buraco da camada de ozônio ocorra a passos lentos, a NASA revelou em 2018 uma prova direta de que a proibição dos produtos químicos estava levando a uma redução na destruição da estrutura de gás.
De acordo com os especialistas, o buraco na camada de ozônio sobre o Polo Sul poderá se recompor completamente por volta de 2050.
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