Dois astrônomos da Universidade da Côte d'Azur (França) acabam de encontrar e categorizar mais de meio milhão de novos asteroides que estavam "escondidos" em dados antigos. Os corpos rochosos foram encontrados revisitando imagens do cinturão de asteroides do sistema solar, que fica entre Marte e Júpiter, feitas entre 1998 e 2009.
Ilustração do cinturão de asteroides do sistema solar.Fonte: UKT2/Pixabay
Alexey Sergeyev e Benoit Carry encontraram muito mais do que estavam buscando. Eles vasculharam imagens do Sloan Digital Sky Survey (SDSS), uma pesquisa que usa um telescópio no Observatório Apache Point no Novo México. Além de observar o cinturão de asteroides por mais de uma década, o telescópio também mediu as cores dos corpos celestes que avistou. E o resultado foi chocante.
Os pesquisadores examinaram as imagens em busca de objetos em movimento rápido, que poderiam ser asteroides ou cometas. “Esperávamos cerca de 30.000 ou 40.000 asteroides a mais e, de repente, tínhamos esse catálogo de monstros”, disse Carry à revista britânica New Scientist. “Era para ser um trabalho de algumas semanas, e acabou sendo um ano”, afirmou.
Os dois astrônomos encontraram mais de um milhão de objetos celestes em movimento já conhecidos, mas, junto com eles, nada menos do que 506.200 observações de objetos não relacionados a nada que havia sido observado antes. A maioria deles eram asteroides.
Para categorizar as rochas, os pesquisadores usaram as medições de cor e brilho do SDSS — são essas propriedades revelam do que suas superfícies dos corpos rochosos são feitas. A próxima etapa é descobrir de onde cada um veio.
“Compreender a distribuição desses asteroides, não apenas suas órbitas, mas também suas composições, dá a você a chave para entender o que aconteceu no sistema solar no passado, como as migrações planetárias que os empurraram para o cinturão de asteroides”, explicou Carry.
No futuro, as observações contínuas de outros telescópios devem permitir encontrar outros milhões de asteroides. Enquanto isso, os astrônomos irão monitorar aqueles descobertos durante a pesquisa para descobrir suas trajetórias. Isso vai trazer a certeza de que são realmente novos, e não outros asteroides já observados antes. É assim também que será possível descobrir se algum deles pode ser perigoso para a Terra.
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